Educação Geral

Políticas de ódio e desinformação nas redes sociais são pautas de mesa do festival 3i

Jornalistas analisam cenário e fazem projeções sobre o ambiente virtual durante as próximas eleições

Ocorreu nesta quinta-feira (17) o terceiro dia do festival 3i, que teve como atração a mesa “Redes sociais e eleições – como vai ser o jogo?”, transmitida em live pelo YouTube. O objetivo do encontro foi relatar estudos sobre o cenário que será vivido durante as eleições. O tema central do painel foi alertar para a insegurança encontrada nas redes, seja a nível de desinformação ou de violência.

O evento foi apresentado e mediado pela jornalista Maria Martha Bruno, diretora de conteúdo da Gênero e Número, e teve sua mesa inteiramente composta por mulheres jornalistas, sendo elas: Jamile Santana, analista de dados e impacto da Énois, Mariama Correia, editora e repórter da Agência Pública, e Tatiana Farah, analista política na Brasília Alta Frequência (BAF).

A jornalista Tatiana Farah  foi vitima de ataques de gênero durante as últimas eleições. Segundo ela, o cenário eleitoral tende piorar em relação a segurança para a atuação das jornalistas.

“Tem uma coisa de querer silenciar a mulher, e quando é uma mulher preta os ataques são muito mais pesados. O que vimos de horrível em 2018 vai piorar, e temos que estar preparados para isso. É importante criarmos uma rede de acolhimento”, assinala.

De acordo com Tatiana, há uma cultura nas redes sociais de inferiorizar a mulher, transformando-as em alvos de ataque (Foto: Reprodução Youtube)

Os alvos de ataques sofridos nas redes sociais não são apenas as mulheres jornalistas. Aquelas que pretendem se candidatar a cargos públicos também são foco da mesma violência, como relata a jornalista Jamile Santana.

“A mulher já está na vitrine pronta para ser atacada. Existe um grupo de pessoas que vai questionar a nossa presença, ainda mais em um ambiente majoritariamente masculino, como o da política”, aponta.

Segundo Jamile, elementos como idade, raça, sexualidade e gênero podem fazer a mulher se tornar um alvo ainda maior (Foto: Reprodução YouTube)

Além dos relatos de ataques, virtuais e físicos, que marcaram as últimas eleições e prometem se amplificar durante a disputa desse ano, há uma preocupação quanto a veracidade das informações obtida pelos eleitores, devido ao crescimento das redes de desinformação.

De acordo com Mariama Ribeiro, grupos cristãos organizaram seu fluxo de informação através de uma relação de confiança. Isto fez com que pessoas do meio busquem a informação atráves das liderenças religiosas, ao invés de procurar mecanismos de buscas ou veículos jornalísticos.

”Muitas vezes quando falamos em desinformação não pensamos nesses grupos orgânicos. São espaços de confiança onde a figura do pastor vai passar a informação e as pessoas vão aceitar sem questionamento”, complementa.

A jornalista ressaltou a importância dos grupos evangélicos na eleição de Jair Bolsonaro (PL) em 2018 (Foto: Reprodução YouTube)

Sobre o evento

O Festival 3i é um evento voltado para o jornalismo independente e reúne profissionais e estudantes da área com o intuito de debater temas que impactam o futuro da profissão.

O evento ocorrerá entre os dias 15 e 25 de março, tendo como atração painéis e mesas que debaterão os seguintes temas: democracia, distribuição de conteúdo, diversidade, empreendedorismo e meio ambiente.

Mais informações no site do festival 3i.

Foto de capa: Reprodução/YouTube

Gabriel Figueiredo (3º período), com revisão de Leonardo Minardi (7º período)

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5 comentários em “Políticas de ódio e desinformação nas redes sociais são pautas de mesa do festival 3i

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