Na noite da última terça-feira (24), o ministro da Saúde Marcelo Queiroga anunciou a aplicação da 3ª dose a partir do dia 15 de setembro, destinada a idosos acima de 70 anos e pessoas imunossuprimidas (com queimaduras graves, recentemente transplantadas ou com câncer) que tomaram as duas doses precedentes.
A decisão de Marcelo Queiroga foi tomada em uma reunião com técnicos do Ministério da Saúde e com representantes da OPAS (Organização Pan-americana da Saúde), que levou em consideração o fato da primeira e segunda dose estarem ainda em andamento para a população no geral.
“Não tinha sentido eu avançar no reforço, se não tivesse a D2 assegurada, então a D2 seguirá”, afirma Queiroga.

Marcelo Otsuka, Pediatra e Infectologista Coordenador do Comitê de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia, diz seu parecer sobre o andamento e a eficácia da vacina em idosos e imunossuprimidos.
“Em indivíduos oncológicos ou eventualmente em quimioterapia, há todo um planejamento por meio de estudos que passam pela possibilidade da 3ª dose para melhorar a resposta imunológica. É possível perceber também o aumento dos casos de infecção em pacientes já vacinados, e o que os estudos revelam a partir disso é que há uma resposta deficitária que alguns idosos têm, e por isso a necessidade de uma 3ª dose da vacina”, esclarece Marcelo Otsuka.
Segundo o ministro, a vacina imunizante escolhida como dose reforço será preferencialmente a Pfizer, ou como alternativa, vacinas de vetor viral, como Janssen ou AstraZeneca, e serão aplicadas apenas em quem já completou o ciclo da vacinação com as duas doses, em um intervalo de pelo menos seis meses entre a segunda e a terceira para idosos, e um intervalo de 28 dias aos imunossuprimidos.
Em pronunciamento, o ministro citou também a diminuição do prazo entre as doses dos imunizantes da Pfizer e AstraZeneca de 12 para 8 semanas, assumindo o mesmo conceito do Reino Unido, mas não descartou a possibilidade de manter a vacinação com o intervalo de 12 semanas, caso haja falta da vacina da AstraZeneca.
“Quanto a questão da 3ª dose da vacina, nós temos diversos estudos que demonstram queda de anticorpos em torno de 6 a 8 meses após a vacinação, mas o grande problema é que queda de anticorpo não obrigatoriamente significa que não tenha resposta imunológica. Então, pode sim acontecer essa queda, mas quando há o contato da pessoa com o agente infeccioso, ela volta a produzir esses anticorpos de uma maneira mais rápida e mais adequada”, explica o infectologista.
A campanha de vacinação contra a Covid-19 coloca não apenas os idosos, como as pessoa imunossuprimidas no grupo prioritário, tendo em vista o sistema imunológico mais debilitado, dependendo do estágio de agravamento da doença na qual que se inserem.
Pessoas como Ernani Ferreira, idoso de 85 anos, aguardam ansiosamente pelo reforço da imunização. Para ele, o maior prazer é poder viver ao lado de pessoas que ama, mesmo sabendo que tomara a segunda dose em maio e que ainda não se encontra na lista para a terceira dose.
“Segundo meu comprovante de vacinação, o mês para aplicação da 3ª dose estará disponível apenas em novembro e, embora esteja um pouco distante do que eu previa, não me resta dúvida que tomarei. Afinal, minha atitude pode influenciar a vida de muitas pessoas!”, conclui Ernani.
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Luiz Guilherme Reis – 2º período
Sob supervisão de Lucas Pires – 8º período
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