No último domingo (29), em homenagem ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) aproveitou a data para alertar a população brasileira sobre a campanha contra o tabagismo, trazendo o intuito de tratar gratuitamente pessoas que pretendem parar de fumar, com suporte médico oferecido pela rede do SUS e coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Com base nos dados destacados no ano de 2019 pelo INCA, cerca de 25 mil pessoas atendidas pelo SUS mostraram interesse ao buscar se abster do tabaco, diferentemente de quando comparado ao ano de 2020, em meio à pandemia.
Segundo os números apontados pelo próprio Instituto no último ano, a análise dos dados mostrou que cerca de 8,5 mil pacientes tinham apenas o interesse de deixar de fumar, havendo assim, um decrescimento de 66% da procura.
Desde então, o INCA capacitou profissionais da saúde com o propósito de combater o alargamento de mortes causadas pelo tabagismo no Brasil (que estima ser de 162 mil pessoas por ano) através do tratamento gratuito mediante as secretarias de Saúde e Educação estaduais e municipais, de alto preparo e do incentivo ao teleatendimento.
“O Brasil é um dos 15 países do mundo que oferece esse tratamento para toda a população, incluindo todos os medicamentos, que não têm um preço baixo”, comenta Liz de Almeida, médica e coordenadora de Prevenção e Vigilância do Inca.

A técnica em enfermagem Ana Carla dos Santos, atualmente profissional particular, cita seu trabalho quanto à prevenção daqueles que necessitam de ajuda, e conclui que há um risco maior quando as pessoas usufruem do tabaco nos tempos de pandemia, mas que também não se pode descartar que o tabagismo, de modo geral, é bastante prejudicial à saúde.
“Em tempos da Covid-19, principalmente, o fumo pode comprometer a capacidade de resposta do sistema imunológico, uma vez que o tabagismo aumenta o risco de infecções causadas por bactérias e vírus, e é considerado uma doença causada pela dependência química da nicotina”, aponta Ana Carla dos Santos.
“Uma substância que afeta sistema imunológico, sistema respiratório e sistema cardiovascular, todos atacados pela Covid-19. Por isso, quando você usa tabaco e contrai Covid, as chances de problemas e até de morte aumentam”, complementa Liz de Almeida.
A farmacêutica Lenize Marins, voluntária do INCA e habilitada para retirada de sangue, medição da pressão e também para aplicação de medicamentos adequados, dentre eles os que possibilitam diminuir a ânsia pelo tabaco, explica a necessidade de alguns dos dependentes do tabaco, considerando o agravamento que pode causar no organismo humano.
“Já pude constatar pacientes que vieram procurar ajuda, pois não conseguiram se ausentar do cigarro por um dia, pelo menos. E, em alguns casos, portanto, é preciso receitar medicamento como o cloridrato de bupropiona, assegurado pelo Ministério da Saúde, para conter a vontade do cidadão pelo tabaco”, explica a farmacêutica.
A aposentada Maria Teixeira, de 65 anos, diz não conseguir parar de fumar desde jovem por conta da ansiedade e por se sentir, ao mesmo tempo, confortável, e comenta não conseguir se adaptar a qualquer tratamento especializado, mesmo sabendo que seja prejudicial à saúde.
“Eu coloco sempre na minha cabeça que irei parar, mas chega o momento em que, de fato, sinto que preciso do cigarro, pois me mantem mais aliviada, algo que me faça esquecer emocionalmente das preocupações sociais e econômicas”, afirma Maria Teixeira.
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Luiz Guilherme Reis – 2º período
Sob supervisão de Lucas Pires – 8º período
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