Política

Governo Bolsonaro tem maior reprovação durante a Pandemia, segundo Datafolha

Maior índice de reprovação ao Presidente, Jair Bolsonaro, se deve à pessoas com ensino superior, negros, funcionários públicos e mulheres

Devido a reação do Governo frente a crise do Coronavírus, a rejeição ao Presidente Jair Bolsonaro bateu recorde, segundo pesquisa feita pelo instituto Datafolha na última quarta-feira, dia 17. O mandato do atual presidente foi analisado como péssimo ou ruim por 54% dos que foram entrevistados, representando assim o maior índice negativo quanto a atuação de Bolsonaro desde o início da pandemia.

Governo Bolsonaro tem sido mal avaliado segundo nova pesquisa do Datafolha (Foto: Marcello Casal Jr/ABr)

Na última pesquisa feita pelo mesmo instituto, durante os dias 20 e 21 de janeiro de 2021, a rejeição ao atual Governo era de 48%. A mais recente pesquisa escutou através do telefone 2.023 pessoas nos dias 15 e 16 de março. A margem de erro se encontra entre dois pontos percentuais tanto para mais ou menos.

Não só o aumento da reprovação foi constado na pesquisa. Também foi observada uma diminuição quanto a aprovação do Presidente, com 22% que analisam a gestão no período de pandemia como boa ou ótima em relação a 26% da pesquisa anterior em janeiro. A gestão é considerado aceitável por 24% atualmente (frente aos 25% de janeiro), enquanto 1% não opinaram.

O maior índice de reprovação ao Presidente se encontra em 65% de pessoas com ensino superior, 61% de negros, 60% de funcionários públicos e 58% de mulheres. Ao mesmo tempo que seus maiores defensores são 38% de empresários, 27% de evangélicos e 27% são pessoas de idade entre 45 e 59 anos. A aprovação também tem grande força na região Centro-Oeste, totalizando 29% que apoiam o atual Governo.

Segundo a pesquisa, o presidente também é considerado o maior responsável pela fase mais recente da pandemia. Das pessoas consultadas, 43% acreditam que Bolsonaro possui a maior culpa pela piora da crise sanitária, enquanto 17% culpam os governadores de forma prioritária e 9% responsabilizam os prefeitos. Culpam o presidente 66% de pessoas ligadas ao espiritismo ou kardecismo e 57% de pessoas que ganham mais de 10 salários mínimos. As pessoas que consideram os governadores como os principais culpados são 23% e que recebem de 5 a 10 salários mínimos e 29% por empresários. Prefeitos são considerados os responsáveis por essa situação por 14% de jovens entre 16 e 24 anos e por 15% de assalariados sem registro.

O jornalista político, Leandro Victor, comenta sobre o que achou desses números ligados a gestão do governo Bolsonaro e explica que, na sua opinião, as ações tomadas pelo presidente mesmo que não houvesse a pandemia mundial, poderiam chegar no mesmo patamar.

“Eu tendo a acreditar que mesmo que não tivesse a pandemia, a reprovação de Bolsonaro estaria mais alta, porque a gente viu que as reformas de primeiro ano de governo levaram muito tempo para serem aprovadas e a maioria do que foi prometido durante a campanha ainda não aconteceu até o início do segundo ano, em 2020, fazendo com que a população estivesse ansiosa por ações práticas e melhora na economia. A economia chegou a melhorar um pouco, mas com a chegada da pandemia houve uma queda, porém, acredito que este processo de diminuição de popularidade aconteceria em algum momento, mas a pandemia foi o ponto forte para isso”, enfatiza Leandro.

A reprovação ao presidente também abalou a compreensão a respeito do governo. Na recente pesquisa do Datafolha 44% afirmaram rejeitar o governo atual, frente aos 40% de janeiro. O percentual é idêntico ao de junho de 2020, Antes desta última pesquisa era o pior número registrado em relação à Bolsonaro.

31% aprovam o atual presidente (30% em janeiro), enquanto 26% o consideram aceitável. O governo tem uma aprovação maior de 55% entre empresários, 39% entre moradores da região sul, 37% de evangélicos e 35% de homens. Com isso a desaprovação tem uma parcela maior entre pessoas de ensino superior e negros, totalizando 55%, as pessoas que recebem mais de 10 salários mínimos com 54% e os habitantes do Nordeste com 49%.

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