Live sobre antirracismo incentiva o debate sobre a descriminação racial

Nesta quarta-feira (21) o departamento de Rh da Universidade Veiga de Almeida realizou uma live com o tema “Antirracismo na prática: como ser um cidadão do mundo”. A conversa contou com a presença do Presidente do Movimento Negro do PDT-RJ e Presidente do Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine) do Rio de Janeiro, Luiz Eduardo Negrogun, e com a jornalista e administradora, Paula Martinez Mello.

A live realizada pelo Teams, voltada para o público interno e colaboradores da UVA das mais diversas áreas, foi marcada por debates e conversas sobre as constantes expressões do racismo, e seus impactos na população negra. Dentre os tópicos abordados, os convidados explicaram mais sobre o racismo estrutural, o lugar de fala e a contribuição de pessoas brancas para a luta antirracista.

O Presidente do Movimento Negro do PDT-RJ e Presidente do Cedine RJ, Luiz Eduardo Negrogun, já iniciou sua participação trazendo para o debate as nomenclaturas utilizadas para se referir às pessoas de pele escura, e sobre o orgulho a respeito de sua negritude. Negrogun também destaca como o racismo pode ser visto com o apagamento da história dos povos negros, e valor de lutar contra esse movimento.

“A invisibilidade dos nossos grandes heróis, formuladores e escritores, engenheiros…ninguém fala de Solano Trindade, dos irmãos Rebouças, Lima Barreto, Carolina de Jesus, Lélia Gonzalez, e etc…Essas pessoas que passaram sua vida lutando contra o racismo”, afirma Negrogun.

Negrogun também diz que existe uma resistência em se reconhecer racista e de perceber atos racistas ao seu redor, e que a live promovida pela UVA é um dos caminhos para transformar o olhar dessas pessoas. E finaliza:

“Nós temos que ter educação, trabalho, lazer, possibilidades para todos e todas, independe de gênero, raça, credo…mas sabemos que quando se trata da população afro, alcançar tudo isso é muito pior”.

A Jornalista Paula Mello, acredita na necessidade de adquirir consciência do sistema estruturado de maneira racista, e de reconhecer seus privilégios em praticamente todas as esferas sociais. “Falando como pessoa branca não estou, em nenhum momento, sendo “boazinha” ou magnânima ao me colocar de forma atuante nesta luta”, afirma Paula.

A professora ainda conclui ressaltando a importância de levar esse debate para as universidades, públicas ou privadas. “A possibilidade de fazer com que sejam espaços de reflexão e de conhecimento, de desenvolvimento da empatia e de formação cidadã aponta para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, conclui a professora.

A estudante Thayany Melis, de 22 anos, acompanhou a live do início ao fim. Interessada pelo assunto e pelo movimento antirracista, a universitária diz que já busca fazer a sua parte para contribuir com a luta contra a desigualdade racial, e que eventos como esse são ótimos para adquirir mais conhecimento sobre o assunto.

Como mulher negra, Thayany reconhece as demais expressões do racismo na sua vida, e apesar das pequenas conquistas do movimento, a estudante acredita que a sociedade ainda precisa se apropriar mais do assunto.

“O Brasil é o lugar com mais negros depois da África, e ainda sim é o país onde as pessoas passam por um negro na rua e escondem a bolsa, vê uma criança de cabelo cacheado, e diz que ela tem que ter cabelo liso. A gente precisa trazer esta conversa para que isso pare de acontecer”, conclui.

Bárbara Souza – 6° período

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