A diversidade e a inclusão nas empresas e projetos também foi assunto nesta quarta-feira (12), segundo dia de Rio2C, a maior conferência de criatividade e inovação da América Latina. Mariana Torres, CEO da Diversa Jobs, Tarso Oliveira, da consultoria Troca, e Luana Corrêa, head de novos negócios da Mais Diversidade, dividiram com um público de cerca de 60 pessoas sobre a necessidade de a diversidade e inclusão nas empresas e projetos dar o próximo passo em direção a uma sociedade mais justa e inclusiva.
Apesar de a sala no Pitching Square, um dos espaços reservados para a Rio2C na Cidade das Artes, caber poucas pessoas, o público acompanhou entusiasmado as trocas entre os painelistas.
“Hoje as empresas estão mais inclusivas. É fato. Mas precisamos agora falar em permanência, não apenas inclusão”, enfatizou Tarso.
Para o consultor, este próximo passo é necessário, pois apesar de as pessoas integrantes de minorias e de grupos minorizados serem incluídas em processos seletivos e até entrarem para trabalhar em grandes e médias corporações, muitas vezes, elas não ficam. “O dia a dia ali não é feito para ela. Esta pessoa se vê excluída e naturalmente sai”, afirmou.
Para Mariana Torres, da Diversa Jobs, é necessário que as empresas tenham mais lideranças mulheres, negras, pessoas com deficiência, LGBTQIAP+, 40+ e outras minorias para haver uma mudança mais robusta.
“É inegável o quanto avançamos. No entanto, as empresas e projetos podem e devem começar a integrar lideranças destes grupos, não apenas pessoas táticas, que vão colocar a mão na massa”, pontuou Mariana.
Luana Corrêa reforçou que a conversa sobre diversidade e inclusão precisa atravessar as empresas e projetos de forma mais integral. “Algumas empresas falam de diversidade da porta para fora. Usam bem esta estratégia em seu marketing. Mas e da porta para dentro?”, perguntou.
Uma das soluções apontada pelos especialistas está em ter mais dados sobre equipes e sua diversidade, bem como atrelar a pauta da diversidade e inclusão à estratégia do negócio.
“Não dá para achar que a diversidade é só uma simples política. Ela precisa ser vista como parte do negócio. Se a maioria da população do país é preta ou parda, as empresas podem enxergar este mercado consumidor”, completou Luana.
Embora a diversidade e a inclusão sejam cada vez mais reconhecidas como uma vantagem de mercado e um imperativo moral, as empresas ainda enfrentam barreiras culturais que impedem o processo inclusivo.
“As áreas de recursos humanos e gente estão mais atentas, mas outro dia vi uma agência de publicidade grande perder uma excelente executiva preta porque, apesar de ela ter sido aprovada na seleção, desistiu do processo seletivo porque não viu outros negros ali”, pontou Mariana.
Reportagem e fotos de Daniela Oliveira
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