Com feiras espalhadas por Botafogo e Tijuca, o Rio Fashion Day – evento gratuito de moda, gastronomia e música que acontece há cerca de 10 anos – não é apenas uma oportunidade para marcas menores divulgarem seus trabalhos, mas, também, uma chance para o público adquirir peças únicas, produzidas fora do método fast fashion das lojas tradicionais. A Agência UVA foi à edição de abril do festival para conhecer alguns dos empreendimentos que marcaram presença no polo do Tijuca Tênis Clube, trazendo desde joalheria sustentável a roupas focadas na individualidade.
Margarethe e Andrea Creazola, são irmãs apaixonadas por sustentabilidade e apreciadoras de artesanato desde bem jovens. Por isso, após a primeira – então, chef de cozinha – ter de trabalhar na Secretaria de Saúde do Estado devido à pandemia, elas decidiram criar a Creazola Art, marca de joias em arame e alumínio.
“Comprar pronto e revender é muito fácil; a gente gosta de dar valor às coisas feitas à mão. Ela [Andrea], faz tudo, até pinta a própria casa. Uma vez comprei um anel desses, adorei, e decidi que era isso que eu queria vender”, conta Margarethe.
Além dos adornos, elas também vendem bolsas de macramé – técnica de tecelagem com nós. E a valorização do trabalho manual está presente em tudo relacionado à marca, inclusive, nas caixinhas e almofadas usadas para expor os produtos.






No fim de 2021, por recomendação de sua psicóloga, Erica Dias começou a buscar um hobby. Então, durante um passeio por uma feira, ela viu algumas peças de crochê e decidiu tentar essa atividade. Aprendendo tudo sozinha pelo YouTube, a jovem, que está no espectro autista, começou a juntar um estoque e iniciou suas vendas.
Hoje, os produtos de Erica – em sua maioria, chaveiros e bonecos, além de algumas bolsas – são entregues em todo Brasil. Ela afirma que, atualmente, suas maiores dificuldades são o tempo e o trabalho investido na produção das peças.






Inaugurada em 2018, a marca de Wallace Rodrigues busca se distanciar do padrão de consumo massivo da maioria das lojas – o que importa é o valor individual. Com uma confecção própria, atrelada a um ateliê, a Geração P trabalha as estampas de modo intuitivo, pois preza pela exclusividade das peças, tentando trazer o foco para a individualidade em detrimento da produção em massa de roupas iguais. Utilizando as técnicas do “upcycling” – reutilização de ferramentas, tecidos e objetos de outras formas e para novas funções -, a empresa também valoriza a representatividade e a ancestralidade.
“Nós somos uma marca que valoriza os nossos ancestrais do povo preto. Representatividade não necessariamente africana, mas as raízes do povo preto; com modelagem e confecção intuitivas. As estampas dos tecidos ainda não são nossas, mas tentamos pôr um pouco de exclusividade, para criar algo que só você terá”, Wallace explica.






A próxima edição do Rio Fashion Day no Tijuca Tênis Clube está marcada para o fim de semana dos dias 6 e 7 de maio.
Foto de capa: Agência UVA
Reportagem Camila Teixeira, com edição de texto de Daniel Deroza
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