Na sexta-feira (27), a primeira parte da quarta temporada da série “Stranger Things” estreou na popular Netflix. A série, que é um sucesso do público, chama a atenção pelas referências culturais dos anos 1980, especialmente em sua trilha sonora, e com a nova leva de episódios isso não foi diferente. Prova disso é a música “Running Up That Hill”, da artista Kate Bush, lançada em 1985, que alcançou o topo das paradas 37 anos após seu lançamento — o motivo? Foi tocada durante a atual temporada da série.
Para o jornalista e autor do livro “Almanaque dos anos 80”, Luiz André Alzer, a produção cultural foi um marco da década. Ele explica o privilégio daqueles que viveram o fim da adolescência e início da fase adulta no período:
“Fomos a única geração que viveu entre o analógico e o digital, porque foi nessa época que começaram a surgir os primeiros produtos digitais. É um grupo que viveu essa transição, com os primeiros videogames e o início da globalização”, diz Alzer.

(Foto: Reprodução/Amazon)
Ele nota que a série, apesar de ser direcionada a um público mais jovem, traz um certo saudosismo para as gerações mais velhas. O jornalista conta que os hábitos, produtos e consumos de décadas passadas tendem a voltar a cada dez ou 15 anos, e por isso todo o sucesso da época.
“Para quem era jovem nos anos 80, sem dúvidas chama muita atenção, porque não é tão comum ter um produto bem feito que reproduza fielmente a geração”, acrescenta Alzer.
O estudante de cinema e audiovisual Gabriel Folena (23) afirma que, apesar de a série auxiliar na volta da cultura dos anos 80, esse movimento já vem acontecendo há algum tempo, como com o retorno das pochetes, por exemplo. Em compensação, ele acredita que nem todos os produtos da época voltariam tão facilmente, como o walkman, o vinil e os CDs. De acordo com ele, a indústria não está mais preparada para esse tipo de comércio, após a influência e popularização de serviços de streaming de música como Spotify e Deezer.
Gabriel ainda realça que a caracterização e ambientação da série são muito bem trabalhadas, o que leva o público a comparar as tecnologias da época com todas as inovações de hoje:
“Da forma como é apresentado, a gente consegue comparar um pouco com o que temos hoje em dia. Algumas coisas eram arcaicas, comparando com hoje, como por exemplo os telefones e os computadores”, observa.
Isabelle Muniz (19), estudante de publicidade, diz ter gostado da produção e acredita que, com a influência da série e por ter se tornado algo viral, alguns objetos poderão voltar. A estudante acrescenta que, por ser do gênero de ficção científica, pode não ser direcionada a um público mais velho, mas chama a atenção por causa da nostalgia.
Até agora, Stranger Things conta com quatro temporadas, e de acordo com Matt e Ross Duffer, criadores da série, a quinta será a última. Estrelada por Finn Wolfhard (Mike), Millie Bobby Brown (Onze/Eleven), Noah Schnapp (Will) e outros nomes do cinema como Winona Ryder, Stranger Things está disponível na Netflix. A segunda parte da quarta temporada tem lançamento previsto para o dia primeiro de julho, com dois capítulos que, ao todo, têm aproximadamente quatro horas de duração.
A produção alcançou 92% de aprovação na Rotten Tomatoes, plataforma de crítica de cinema, e alcançou o marco de série em inglês mais assistida, logo no primeiro fim de semana após sua estreia, com cerca de 287 milhões de horas consumidas de acordo com a Netflix.
Malu Danezi (3ª período), com revisão de Leonardo Minardi (7º período)
Foto de capa: Netflix
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