Crônica Esportiva
Já é noite no Equador. O Barcelona tenta, briga. O Flamengo já perdeu um dos seus guerreiros: David Luiz saiu lesionado. Os equatorianos se agarram na vontade, os brasileiros se agarram no placar agregado de 2 a 0. Dez minutos complexos que trazem a tensão do jogo.
Ainda com o placar a favor, o cenário não é tranquilo. Pelo menos não era até a frase anterior. Dos pés de Bruno Henrique vem o alívio. O passo que faltava para a Glória Eterna foi dado. Aos 17 minutos, 1 a 0 Flamengo.
O destino final ainda tem sofridos 70 minutos até ser descoberto, mas já parece bem claro: Montevidéu, Uruguai. O Flamengo ameaçou sofrer, brincar com os 40 milhões de corações que o seguem… Desistiu.
Sabe que não tem mais volta. O Flamengo, há algum tempo, deixou de ser o namorado birrento que gosta de terminar e voltar o namoro com frequência. Deixou de ser um jovem de 16 anos inconsequente e amadureceu. Pelo menos é o que parece.
O Flamengo agora pensa em casar. A noiva: a Libertadores da América, nunca tão decidida em subir ao altar e gritar sim aos fãs do casal. Nunca tão decidida a fazer morada na Cidade Maravilhosa e caminhar na orla das praias cariocas. Me disseram que já comprou até apartamento na Gávea. Está lá em Guayaquil-EQU resolvendo algumas pendências, mas já sabe aonde vai morar.

O rubro-negro ameaçou terminar, flertou com o perigo. A noiva quase se entregou a outros, beirou a infidelidade. Nada feito. Flamengo e Libertadores se esperam e caminham a passos largos para o terceiro casamento de suas vidas. Lado à lado… Como um só.
O relógio é inimigo do matrimônio, mas não assusta. 45 minutos separam o Flamengo do seu destino final. Tic-tac, tic-tac. Sem susto, sem pressa, sem anseio.
O Flamengo sabe que ainda tem um concorrente pela paixão. O Flamengo sabe que disputa o coração da amada com aquele amigo verde que reside em São Paulo. O Flamengo sabe também que para casar não é fácil… mas aguenta. Por ser Flamengo, o Flamengo há de aguentar.
Do outro lado, mesmo que precise esquecer o atual Palmeiras e correr da grande São Paulo direto para braços cariocas, a Libertadores aguarda ansiosamente pelo reencontro com seu amor.
Gabriel, o Gabigol, já sabe. Bruno Henrique também sabe. O elenco sabe, a torcida sabe, o mundo sabe, quem vive sabe e até quem não sabe, já sabe: é hora de se casar.
Não se pode mentir: ainda que mais maduro, o Flamengo segue sendo aquele moleque sem jeito, sem rumo. Que encanta, surpreende, deixa ela louca e aí some, volta a hora que quer… O Flamengo é sem vergonha.
E sem vergonha nenhuma Bruno Henrique faz o segundo no Equador. Agora é para acabar. O destino sequer espera o tempo passar.
Separem as flores, afinem os instrumentos, preparem as sinfonias, esvaziem as ruas, chamem as crianças, contem histórias, liguem as tevês, peguem suas roupas de gala e se preparem: Flamengo e Libertadores já estão no altar mais que prontos pra se casar.
Spoiler: Ao Flamengo, ela diz ”sim”.
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Por: Gustavo Di Sarli – 1º período
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