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The Boys: Série do Prime Video é sucesso garantido

Série que faz uma sátira ao mundo dos super-heróis alcançou grande visibilidade com sua mais recente temporada

A série The Boys, baseada na história em quadrinhos de mesmo nome, de Garth Ennis e Darick Robertson, recentemente terminou sua segunda temporada com muitos destaques e batendo recordes. A série desenvolvida por Eric Kripke para o Prime Video conta sobre um mundo em que Os Sete existem para proteger a humanidade. Só que esses “heróis” só são bondosos e heroicos por fora. Por dentro, eles se mostram egoístas e abusam de seus poderes e fama. Porém aí que entra os chamados The Boys: um grupo de humanos sem poder nenhum que tem como objetivo acabar com os heróis e mostrar quem eles realmente são.

Com Os Sete, temos uma sátira muito bem construída da Liga da Justiça, da DC Comics. Entre seus membros inicialmente temos o Capitão Pátria, que é o líder dos Sete e seria uma espécie de Superman; Maeve equivalente à Mulher-Maravilha; Black Noir, que seria o Batman; Profundo seria o Aquaman; Trem Bala, o Flash. Além deles, Translúcido e Luz Estrela, que não têm correspondência na Liga. Os Sete são controlados pela empresa Vought, que é dona dos direitos de criação e imagem dos membros dos Sete, sem falar de suas franquias e derivados.

Agora, falando dos The Boys, o grupo é composto por Billy Bruto, Leitinho, Francês e Hughie Campbell. Eles têm como objetivo acabar tanto com os “super” quanto com a Vought, que é quem controla Os Sete. Cada um dos membros dos The Boys tem seus motivos individuais para fazer essa parceria e assim unir forças para lutar contra os vilões da série.

Poster da segunda temporada de The Boys, na qual o grupo tem destaque. (Foto: Divulgação/Amazon Prime Video)

A trama da série começa quando a vida de Hughie é afetada diretamente por algo que Trem Bala, dos Sete, faz a ele, lhe causando muita dor. A partir daí, vai se conhecendo melhor os “super” e vendo que eles não têm nada de heroico – pelo contrário. São muito egoístas e usam seus poderes e fama para vender uma imagem que na realidade não é assim. Hughie se une a Bruto, Leitinho e Francês, amigos de Billy que são recrutados pela agência de inteligência americana para monitorar as atividades dos super-heróis da Vought.

Ederson Queiroz, que assistiu à série do Prime Video e gostou muito do que conseguiu captar, afirma que dá para se notar no seriado um pouco de realismo, já que, se houvessem mesmo super-heróis no mundo real, eles poderiam agir por seus interesses e teria uma grande empresa por cima deles cuidando do marketing, venda de produtos e sempre cobrindo os seus erros, seja quais fossem.

“Na série The Boys, a imagem do herói bom samaritano, como na maioria das vezes nos é apresentada, é quebrada. Mostra como poderia funcionar o sistema capitalista na comercialização da imagem de pessoas com superpoderes que são endeusados pela população, levando a crer que eles são pessoas superiores de moral e ética inabaláveis, que sempre estarão prontos para proteger os indefesos. Mas na verdade é todo um sistema que visa apenas o dinheiro. Mesmo a Vought (empresa responsável pelos “heróis”) estando ciente da conduta maléfica de seus supers, cobre seus terríveis crimes e moldam suas imagens nas redes sociais para enfatizar a mente puritana dos mocinhos. The Boys mostra uma história de super heróis que sai do clichê, trazendo uma possível e provável situação caso se fizesse na realidade. É o que mais chama atenção”, afirma Ederson.

Uma política que a Amazon adotou com o lançamento da segunda temporada que de início não agradou muitos os fãs da série foi disponibilizar os episódios semanalmente em vez de lançar todos de uma vez como a Netflix costuma fazer com suas séries e a própria Amazon já fez com outras produções. No começo, alguns fãs estranharam e até foram às redes sociais reclamar, porém, com o andar dos episódios, se pode ver que essa medida foi interessante. A própria Disney Plus fez o mesmo com a primeira temporada de O Mandaloriano, e lançar os episódios dessa maneira faz com que os comentários sobre a série, e também a audiência, dure mais do que se fossem lançados todos de uma vez.

“Acho que esse modelo de lançamento de episódios semanais pode dar melhores resultados para o serviço de streaming, justamente pela possibilidade de repercussão da série por um período maior. O Prime Video, a Disney Plus e a Apple TV Plus estão optando por ir contra a tendência do modelo binge-publishing que a Netflix popularizou. Uma questão importante que pode estar influenciando essa estratégia é o número de produções que cada um desses serviços lança periodicamente. O número elevado de lançamentos da Netflix e sua ampla base de assinantes evita que haja uma sensação de lacunas entre lançamentos. No catálogo da Netflix, o buzz em torno de uma série altamente maratonável pode até não durar tanto tempo, mas logo a divulgação e novos conteúdos dão origem a uma nova onda de repercussão, que envolve os assinantes em uma maratona depois da outra. É a estratégia de originais da empresa e funciona para ela por conta dessas características. Já no caso dos outros serviços, a proposta tem sido oferecer um conteúdo que seja mais saboreado aos poucos, e não devorado. Assim, se estende a repercussão, se oferece uma experiência de assimilação diferente e ainda se evita a sensação de que há pouco a ser visto no catálogo”, comenta a analista de conteúdo da Tera, Rebeca Nascimento.

Para Carlos Filipi, que assistiu à série quando lançou a primeira temporada, comenta que de início não curtiu tanto os episódios serem semanais, porém acabou se acostumando. Ele também diz que as séries da Amazon têm como fator para o sucesso abordar questões mais maduras, não se importando muito com uma determinada faixa etária, assim produzindo algo diferente de suas concorrentes.

“Sinceramente, de início não gostei da ideia de episódios semanais, pois desejava ver tudo de vez, e imaginei que acabaria por enjoar de ter que esperar sempre uma semana para o outro episódio. No entanto, a qualidade da série é tão alta que a cada episódio meu hype só aumentava. No fim, achei o formato muito bom, por mais que ainda prefira por assistir uma temporada de uma vez só”, afirma Carlos.

Diferente da Netflix, que cria várias produções em que nem todas são sucessos incontestáveis na plataforma, optando mais pela quantidade do que a qualidade, a Prime Video opta pelo contrário. Ela consegue com seus poucos títulos bater de frente com a Netflix, com American Gods, O Homem do Castelo Alto, Carnival Row, Good Omens, The Boys, entre outros. O mais incrível é que no período que a Netflix lança vários títulos, a Amazon lança um apenas que irá ser sucesso entre os fãs. Porém, apesar dessas diferenças, ambas as plataformas oferecem bons serviços, só que cada uma da sua maneira.

“Acho que a Prime Video tenta fugir do clichê, quebrar paradigmas e estereótipos, fazendo conteúdos legais com boas histórias e às vezes com críticas no campo social e político. Independente de alguém assinar uma em detrimento da outra, ambas apresentam sim conteúdos bons para todo os gostos e faixas etárias. Acredito que sim, a Prime Video consegue rivalizar com a Netflix”, comenta Anderson Santos, que assiste tanto às produções Netflix como Amazon, e afirma que ambas oferecem bons serviços.

Outro fator fundamental para séries como The Boys, que são baseadas em quadrinhos, é saber trabalhar bem com o marketing da série. Não adianta nada a série ser boa se não tiver uma propaganda pesada em cima dela fazendo com que mais pessoas queiram ver a série, ganhando assim mais visibilidade. Isso acarreta em mais lucro para os produtores, que podem, com isso, fazer mais temporadas e abordar assuntos que os fãs irão curtir.

“Séries derivadas de HQs em geral geram uma grande expectativa e contam com um público cativo. Acho que, no caso de The Boys, algumas particularidades da história a tornam ainda mais atraente. A desmistificação da figura do herói, por exemplo, é algo que chama muita atenção. Temos falsos heróis, pessoas que são aclamadas e têm poderes, mas são totalmente corruptas. Por mais que seja um universo ficcional, muitas situações são facilmente comparadas com nossa sociedade atual. Então, essa crítica social pode ser um ponto forte para a série. Por outro lado, temos também a representação de pessoas que têm personalidade problemática, diversas fragilidades, mas que, assim mesmo, geram identificação no espectador com um lugar de revolta e desejo de justiça. A série junta humor ácido, crítica social, paródias do que conhecemos como super heróis e muito cinismo. Acho que essa visão meio distópica cai bem na sociedade moderna”, explica Rebeca.

A série The Boys foi um sucesso desde que lançou, em 2019, e sua segunda temporada não foi diferente. Acertando em pontos e tramas que fizeram os fãs a cada episódio ficarem boquiabertos com o rumo que a série tomou nesta temporada, The Boys mostra a face violenta e maldosa de uma sociedade com tons de realidade. A crítica social criada em que, se existissem realmente heróis na vida real, eles seriam o oposto do que conhecemos nas outras mídias, mostra como é o mundo real diferente do ficcional. É uma série para quem gosta de fugir de clichês e que quer um pouco de realismo, com bastante violência.

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2 comentários em “The Boys: Série do Prime Video é sucesso garantido

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