Nesta terça-feira (3) acontece o último dia das eleições norte-americanas. A disputa está sendo entre o atual presidente e candidato à reeleição Donald Trump, pelo partido republicano, e o ex vice-presidente, Joe Biden, do partido democrata.
As votações já estão acontecendo, e de acordo com as pesquisas a decisão será bem acirrada. E, por isso, os presidentes ainda não pararam de visitar alguns estados em campanha, principalmente aqueles chamados de “swing states”, onde não há um favorito à vitória, e por isso se tornam os mais importantes.
As eleições lá funcionam de uma forma diferente de como funciona no Brasil, por exemplo. Como lembra o historiador João Carlos Ferreira.
“Nem sempre o candidato que recebe mais votos gerais é o vencedor, a respeito do que aconteceu na eleição passada, na qual Hillary Clinton acabou ganhando mais votos, mas ainda assim Trump foi o vencedor”
João Carlos Ferreira comenta que, no sistema eleitoral estadunidense, nem sempre a quantidade absoluta de votos determina o vencedor.

Isso acontece por uma peculiaridade das eleições nos Estados Unidos. Os votos lá acontecem da seguinte maneira: o povo norte-americano vota pra entregar seus votos a um delegado eleitoral, e cada estado possui um número X de delegados eleitorais, de acordo com o tamanho da sua população. O vencedor é aquele que, ao final das eleições, possui o maior número de delegados a seu favor. Para facilitar, 48 dos 50 estados utiliza do “winner takes it all” que literalmente significa “o vencedor leva tudo”. Ou seja, dentro do estado, o partido que possuir a maioria dos votos, acaba ficando com todos os delegados para si. Exemplo: A Califórnia possui 55 delegados eleitorais. Se os democratas conseguirem 30 delegados a seu favor, os outros 25 também passam a representar o Partido Democrata automaticamente.

Apesar de os Estados Unidos possuírem mais de dois partidos (sim, no país não há apenas os partidos Republicano e Democrata; inclusive, nesta eleição, há vários outros candidatos), de um modo geral, historicamente, a maioria dos estados são sempre ou republicanos ou democratas, e só uma hecatombe para isso mudar (algo que alguns especialistas acreditam que ocorra esse ano no Texas). Por isso, a verdadeira briga é nos chamados swing states, que não possuem um claro favorito e qualquer um pode levar, como é o caso da Pensilvânia, Ohio, Carolina do Norte e alguns outros.
Por causa do equilíbrio e a tensão que essas eleições estão causando, o povo americano está bastante apreensivo com o resultado final e, para os especialistas, é quase certo que haverá protestos intensos, independente do candidato eleito. Entretanto, esse resultado não afetará apenas os Estados Unidos. Outros países, principalmente da América Latina, estão de olho e aguardando o resultado do dia 3, e isso inclui o Brasil.
O cientista social e professor da Universidade Veiga de Almeida (UVA) Guilherme Carvalhido, fez uma live em seu Instagram neste domingo comentando as eleições norte-americanas e traçando um panorama sobre os efeitos que ela causa internacionalmente, especialmente as repercussões políticas no Brasil, que é alinhado, atualmente, com o governo Trump.
Para João Carlos, independente de quem ganhar, o Brasil irá enfrentar problemas políticos e econômicos. “Qualquer um dos que se tornar presidente, irá vir atrás da Amazônia e dos recursos naturais, não por preocupação ambiental, mas sim por ser importante economicamente. E para isso, terá boicotes a nossos produtos, e eu não descarto nem uma intervenção militar.” Isso é motivo suficiente para o resto do mundo ficar de olho no que pode acontecer na eleição.
É bom lembrar, que como já é de costume, o resultado final não deve sair na própria terça, e sim alguns dias depois, devido a demora com os votos pelo correio e pelo fato de não haver urnas eletrônicas para fazer essa contagem de forma mais rápida. É normal.
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Lucas Bacil – 8º período
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