Em honra às manifestações de Stonewall, ocorridas em 1969 entre 28 de junho e 3 de julho em Nova York, é internacionalmente celebrado o Mês do Orgulho (Pride Month). Iniciadas como represália a invasões policiais e abusos de autoridade para com a população LGBTQIA+ em Nova York, as marchas por respeito e igualdade marcaram a história das comunidades que integram a sigla.
O Mês do Orgulho, entretanto, ao mesmo passo que gera debate e convida a população LGBTQIA+, bem como seus aliados, a celebrar a diversidade, a cultura e a permanência, traz personagens recorrentes, que anualmente caem nas graças — ou nas ironias — de internautas que não deixam barato. Marcas ao redor do mundo cultivam o costume de “colorir” seus perfis, anúncios e logotipos em homenagem à data, mas nem sempre obtém a reação desejada.
Para muitos, a sensação de ser visto como produto parece ser a maior entre as reações causadas por campanhas LGBTQIA+ de grandes empresas. Como no vídeo abaixo, que circula no Twitter, a opinião parece ser unânime entre uma parcela da população não-hétero e não-cis: marcas querem o seu dinheiro.
Há pouco tempo se travou debate, em maior frequência também nas redes sociais, em torno do Pink Money (“dinheiro rosa”), termo que caracteriza o cobiçado poder de compra da população LGBTQIA+. A reflexão encontrou eco e durante o Mês do Orgulho se mostra aparente, sendo exposta e compartilhada em memes e reproduções que começam a povoar a internet já às vésperas de junho, como feito por Elon Musk, CEO da Tesla e novo proprietário do Twitter, no dia 31 de maio.
Usuários da rede, entretanto, não deixaram barato. Após ironizar grandes marcas que se apropriam das cores da bandeira LGBTQIA+ durante o mês de junho, Musk recebeu como resposta imagens de ações da sua própria companhia, feitas em 2018.
Quem também não ficou de fora do “puxão de orelha” foi a gigante Disney. Sob a frase “never forget” (nunca esqueça), usuário do Twitter relembra outra publicação feita na rede social, onde o post colorido da corporação midiática recebe um comentário contrário de um funcionário da própria empresa, Alex Hirsch, criador do desenho animado Gravity Falls:
“No privado, a Disney diz: corte a cena gay! Podemos perder lucro na Rússia e na China! Publicamente, a Disney diz: colocamos um adesivo de arco-íris no Relâmpago McQueen! Adolescentes, consumam nossos produtos!”, diz o texto, de 2021, no inglês original.
Ainda que as comemorações se estendam durante todo o mês, o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é celebrado oficialmente em 28 de junho, data em que ocorreu a primeira das rebeliões de Stonewall.
Você pode acessar as publicações originais da Tesla e de Alex Hirsch aqui e aqui.
Gabriel Folena (5º período)
Foto de capa:
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