Instalação artística ocupa campus da UVA

“A Educação, qualquer que ela seja, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática”. A frase de Paulo Freire define bem a empreitada realizada por alunos da disciplina Imagem, Arte e Estética, que juntos construíram “Brasilidades”, a instalação artística que tomou conta do campus Tijuca da Universidade Veiga de Almeida. Espelhos, armas, bandeiras e notas de dinheiro são alguns dos elementos que formam a exposição coordenada pela docente Dani Spada.

A teoria posta em prática é, segundo a descrição do projeto, um dos principais objetivos da disciplina que o gerou. Entre as competências e habilidades previstas para o desenvolvimento do aluno durante o semestre de Imagem, Arte e Estética está a capacidade crítica de acompanhar a evolução das linguagens, tecnologias, práticas e tendências que permeiam as ações artísticas contemporâneas, assim permitindo a reflexão e a realização de propostas inovadoras.

Dessa forma, fruto de diálogos entre os alunos sobre o Brasil, realidades diversas se tornaram peças artísticas representando temas sociais variados: violência de gênero, religião, política, assédio, fome, diversidade sexual, entre outros.

“A recepção dos alunos, no primeiro momento, foi muito tensa por terem que expor algo na frente de toda a comunidade acadêmica”, observa a professora. A empolgação dos alunos, entretanto, superou suas inseguranças, e Spada, que trouxe somente o tema geral da instalação (Brasilidades), acolheu diversas ideias que os próprios alunos desenvolveram.

“Eu não dei ideias para nenhum dos grupos, eles trouxeram. Cada grupo viu a brasilidade da sua ótica, e essa era a proposta. Como esses jovens estão vendo o Brasil hoje? O que é ‘brasilidade’ para eles?”, acrescenta Spada.

Catarina Caspary, estudante de Cinema e Audiovisual e aluna da disciplina de Imagem, Arte e Estética, participou da instalação “Passarela LGBTQIA+”. A aluna conta que, por ter sido idealizada em junho, o Mês do Orgulho, o grupo decidiu abordar a temática da diversidade sexual e do gênero. Queriam que a comunidade acadêmica fosse tocada pela pauta LGBQTIA+, de forma a se sensibilizar e ajudar na luta da causa. Assim, nasceu a ideia de prender fitas de cetim, nas cores da bandeira do movimento, em um local de passagem da universidade para que, dessa forma, pessoas pudessem ser de fato “tocadas”, de forma leve e suave, pela diversidade.

“Me senti muito bem e feliz. Faço parte da comunidade LGBTQIA+, e poder fazer um trabalho como esse junto a um grupo que tem empatia com a causa é algo muito produtivo. Já fomos muito silenciados, e poder falar sobre isso de forma tão aberta é muito bom, um sinal de que a luta que travamos há anos vem dando resultados”, diz a estudante sobre como se sentiu ao participar do projeto.

As obras ficaram expostas no campus Tijuca da Universidade Veia de Almeida durante uma semana, sendo essa a primeira edição do projeto. “Assim que a disciplina for oferecida novamente, teremos a segunda edição”, antecipa a professora.

Confira abaixo imagens oficias da instalação, cedidas pela professora Dani Spada.

Acesse aqui o Google Forms interativo da instalação, onde é possível responder a um dos questionamentos propostos pela ação: “e para você, o que é brasilidade?”

Gabriel Folena (5º período)