Cinema Cultura

“Batman” de Matt Reeves mostra-se um filme investigativo ambientado em uma Gotham City ainda mais soturna

Trazendo Gotham City como protagonista, novo filme do homem morcego aposta em elementos góticos e únicos

Com produção da Warner Bros. Pictures, dirigido por Matt Reeves (franquia “Planeta dos Macacos”) e estrelado por Robert Pattinson no papel duplo de detetive vigilante de Gotham City e de seu alter ego, o recluso bilionário Bruce Wayne, “Batman” introduz uma história investigativa a partir de um assassino enigmático que mira a elite de Gotham com uma série de maquinações sádicas e deixa um rastro de pistas que leva Batman a averiguar o submundo da cidade.

Em sua jornada, o cavaleiro das trevas encontra personagens como Selina Kyle, a Mulher-Gato (Zoë Kravitz), Oswald Cobblepot, também conhecido como Pinguim (Colin Farrell), Carmine Falcone (John Turturro) e Edward Nashton, também conhecido como Charada (Paul Dano).

O Filme consegue adaptar os quadrinhos de forma única, trazendo um estilo gótico e melancólico. (Foto: Divulgação/Waner )

O medo toma conta das ruas escuras e sórdidas da cidade de Gotham, mesmo sem a presença física do herói, seus inimigos temem o seu prenúncio ao andar pelas sombras. É como se o homem-morcego fosse parte do espaço urbano, uma ideia que se materializa, sem alarde, e evidencia a condição existencial ligada ao passado traumático de Bruce Wayne, a vingança.

Tendo aproximadamente 3 horas de duração, o longa opta por um desenvolvimento narrativo de cinema noir, deixando de lado abordagens comumente utilizadas em filmes de herói.  Com uma progressão mais cadenciada, Reeves expõe a essência do Batman enquanto detetive na medida em que os cenários com os quais ele se depara causam consequências no mundo ao seu redor, mostrando que o protagonista está inserido em um filme de gênero e os acontecimentos expostos fazem parte da sua construção.

Através deste modelo investigativo, busca-se amplificar os problemas da obscura Gotham e a relação dos demais personagens com a cidade, utilizando-a como parte integrante do enredo, e não sendo apenas um mero pano de fundo onde a história acontece.

É aplicada uma fotografia escura, nuances com cores quentes que ajudam a compor as cenas e um posicionamento de câmera que ornamenta com reflexos de vidros sempre contornados por muitas sombras, fator fundamental seja para as aparições do Batman e também para representá-lo como ideia e figura pertencente àquele lugar.

A relação entre o morcego e o policial Gordon é um dos pontos fortes do filme, explorando dilemas como legalidade e vigilantismo. (Foto: Divulgação/Waner )

Conforme o filme se desenrola e os ataques do assassino enigmático acontecem, Batman e o policial James Gordon encontram pistas deixadas por ele e precisam decifrar cada mensagem contida nelas, em meio a uma polícia conturbada e corrompida. Nessas buscas, novos personagens são introduzidos, e muitos deles, ainda com pouco tempo de tela, conseguem estabelecer um avanço narrativo de suma importância. É um roteiro muito bem amarrado, sem pontas soltas, que consegue sustentar-se por todo o filme.

Para os amantes de romance, a química entre Pattinson e Kravitz é perfeita. É como se um fosse feito para o outro. (Foto: Divulgação/Waner )

Algo que vale ser destacado é a relação entre Batman (Robert Pattinson) e Mulher-Gato (Zoë Kravitz). Esta, ocorre muito mais pela desenvoltura dos dois em cena do que propriamente pelo diálogo. Intensificada pela adrenalina que envolve os encontros, apenas as trocas e olhares já são capazes de traduzir as intenções para além do motivo o qual os levaram até aquele determinado momento, considerando que ambos estão condicionados a fazerem o que tem vontade sem necessariamente firmarem algum tipo de vínculo.

Contrário da vinculação que Bruce Wayne tem com Batman enquanto seu alter ego, em que ocorre uma dependência do mesmo em ser o vigilante de Gotham para fugir das tormentas de sua mente problemática e caótica. E, nessa função de vigilante, ele percebe que para proteger os cidadãos, não basta apenas estar por perto, mas se tonar a representação da esperança.

O indissociável elo entre indivíduo e espaço constroem a mise-en-scène do filme, sendo ela um elemento que consolida essa produção da DC como algo único e potencialmente encantador, que há de ser visto, revisto e comentado ao longo dos anos.

Ficha técnica – “Batman”
Direção: Matt Reeves
Duração: 175 minutos
Classificação: 14 anos
Gênero: Ação
Ano: 2022

Confira o trailer no YouTube:

Lucas Pires

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4 comentários em ““Batman” de Matt Reeves mostra-se um filme investigativo ambientado em uma Gotham City ainda mais soturna

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