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“Águas Selvagens”: Brasil e Argentina se unem em coprodução cheia de mistérios

O filme, que acompanha uma investigação policial, traz romance e suspense para a tela

No estilo de crimes em cidade pequena (conceito revisitado com frequência no cinema, na televisão e na literatura), “Águas Selvagens” (2022), dirigido por Roly Santos, entrega um mistério sombrio na Tríplice Fronteira, conhecida região entre Brasil, Argentina e Paraguai.

No longa, o investigador Lúcio Gualtieri (Roberto Birindelli) aceita uma proposta de trabalho para desvendar o assassinato de um homem. O protagonista, além de cruzar o caminho das personagens interpretadas pelas brasileiras Mayana Neiva e Leona Cavalli, precisará lidar com seus próprios demônios pessoais enquanto vai à caça de outros, que espreitam pelas matas e bares moribundos da cidade. Ainda que o ar sobrenatural seja usado aqui e ali para causar suspense e intensificar a atmosfera, os alvos de Lúcio são seres humanos perigosos e reais.

A atriz Mayana Neiva já participou de novelas da Rede Globo, como “O Outro Lado do Paraíso” (2017)
Foto: Imagem Filmes

Para quem conhece os cenários habitados, mas ao mesmo tempo inóspitos e peculiares de “Twin Peaks”, série policial do norte-americano David Lynch, “Águas Selvagens” oferecerá um pano de fundo conhecido. Até mesmo a trilha sonora, que se vale de harmonias vocais e instrumentos de orquestra, lembra a produção musical de Angelo Badalamenti para o thriller imaginativo de Lynch.

“Águas Selvagens” é capaz de gerar apreensão e curiosidade sobre o que se passa na pequena cidade, e garante, da mesma forma, revelações chocantes e sequências que podem, inclusive, ser difíceis de assistir. Há personagens dispostos a cruzar limites e o diretor, por sua vez, não os impediu. Aos fãs do gênero, esperem uma pitada de terror apelativo mesclada aos tradicionais arquétipos policiais. Aos que não estão tão acostumados, cautela é aconselhada.

Aqui, vale discorrer um pouco mais sobre os choques citados. É possível que certa falta de tato e cautela seja sentida por parte dos espectadores, visto que o longa aborda temáticas intensas, como tráfico humano e exploração de menores, de maneira muitas vezes cênica. Em prol do espanto, e também de um humor masculinizado comum em produções passadas do gênero, diversos aspectos de “Águas Selvagens” aparentam datados.

O filme, baseado no livro “El Muertito” (2016) do autor Oscar Tabernise (que também assina o roteiro), entra em circuito nos cinemas brasileiros no dia 12 de maio. Confira abaixo o trailer:

Ficha técnica – “Águas Selvagens”
Direção: Roly Santos
Roteiro: Oscar Tabernise
Gênero: Policial
Ano: 2022

Foto de capa: Imagem Filmes

Gabriel Folena (5º período)

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2 comentários em ““Águas Selvagens”: Brasil e Argentina se unem em coprodução cheia de mistérios

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