Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, e Vladimir Putin, presidente da Rússia, anunciaram na última terça-feira, dia 25 de maio, que farão sua primeira cúpula no dia 16 de junho em Genebra, na Suíça. Esta reunião visa dar um basta na tensão que existe atualmente entre as duas nações. Será também a primeira viagem internacional de Biden atuando no cargo.

O anúncio da reunião entre os dois líderes mundiais que será realizada em 16 de junho, em Genebra, foi informado por Jen Psaki, secretária de imprensa da Casa Branca. Por parte dos russos, o Kremlin, informou a oficialidade da cúpula e que ambos os presidente se unirão a fim de debater temas quanto à estabilidade estratégica, como também tentar solucionar os embates regionais e os temas ligados a Covid-19.
“Os líderes discutirão toda a gama de assuntos urgentes, enquanto buscamos restaurar a previsibilidade e a estabilidade da relação entre Estados Unidos e Rússia”, informou Jen Psaki.
Por parte dos norte-americanos, Biden, que estará fazendo sua primeira viagem internacional no cargo, se deslocará à Genebra logo depois de finalizar as cúpulas que terá com seus outros aliados da G7, Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e também da União Europeia. A reunião com Putin será realizada devido a forte tensão entre os países o que não era visto há algum tempo e devido Washington ter decidido focar suas ambições em que ambos os lados consigam se entender mutuamente e assim possam firmar uma parceria em áreas específicas.
Desde sua posse, em janeiro deste ano, Joe Biden decretou novas sanções sobre a capital russa, as autoridades americanas teriam ponderado que a Rússia tem responsabilidade no ciberataque feito de forma exagerada contra a SolarWinds e a interferência cometida pelos russos na eleições de 2020. Moscou também havia sido duramente criticada por Washington por ter envenenado e, depois disso, prendido um dos poucos e mais recentes opositores de Putin, o político da oposição Alexei Navalny.
O cientista político e sociólogo, Guilherme Carvalhido, explica como se encontra hoje a relação diplomática entre EUA e Rússia. Para ele essa reunião servirá para decidir como será o posicionamento dos EUA com o comando de Biden, muito diferente da era Trump.
“A relação não está boa, em decorrência da posição mais independente da Rússia, que está buscando se reposicionar após o fim do Estado Comunista. Logo, independência dos EUA é uma posição fundamental para o jogo Geopolítico internacional. Essa nova reunião seria para equacionar as posições diante do novo governo Biden. Muito diferente da posição do governo Trump, que tinha um movimento mais favorável ao longo governo de Putin”, comenta Carvalhido.
A divulgação da escolha da cúpula ocorreu no mesmo dia em que Alexei Navalny admitiu estar sendo perseguido, ao ter se tornado alvo de novos três processos penais, da mesma maneira que seus simpatizantes e movimento tem sofrido um crescimento de pressão contrária. Para piorar a situação, logo após Biden ter afirmado a um jornalista que Putin é um assassino, o governo russo em resposta a essa declaração, definiu os Estados Unidos como um país hostil.
Os ataques entre os dois países se encontra muito distante de uma possível ligação diplomática como acontecia entre o antecessor de Biden, Donald Trump e o presidente russo. A reunião que será realizada em Genebra, ocorrerá com quase três anos de diferença, quando Trump defendeu o líder russo, não dando ouvidos à opinião das agências de inteligência americanas, sobre uma possível interferência russas nas eleições norte americanas de 2016, onde Donald Trump venceu a candidata Hilary Clinton.
Ambas as partes estão se ajudando a fim de que se possa acalmar os ânimos antes que a cúpula de Genebra seja realizada. Pensando dessa forma, o governo americano mantém as esperanças de que possa agir em conjunto com a Rússia em pontos estratégicos que sejam bem estabelecidos, como por exemplo o domínio de armas nucleares e também acordos nucleares com o Irã.
Na última semana em Reykjavik. capital da Islândia, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o já experiente ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, se reuniram com a intenção de criar um bom relacionamento antes da reunião entre os líderes.
O fato dos americanos terem desistido das sanções, que resultaram no atraso do término do gasoduto de gás natural Nord Stream 2, uma rota de suma importância que fornecia energia da Rússia para Europa, foi vista de forma satisfatória por Moscou. O maior temor dos Estados Unidos é que a União Europeia crie forte dependência da Rússia.
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