Meio Ambiente

Após divulgação do curta “Save Ralph”, marcas e consumidores se mobilizam nas redes sociais

O curta-metragem gerou comoção na internet e atentou marcas e consumidores para os testes feitos em animais

A obra chamada “Save Ralph” viralizou na última semana, depois de ter sido divulgada no Brasil no início do mês de Abril. O produto audiovisual trata sobre os testes feitos em animais pela indústria de cosméticos, e possui participação de grandes nomes do cinema como Zac Efron, Pom Klemantieff, Tricia Helfer e Rodrigo Santoro

Dirigido por Spencer Susser, a produção mostra a realidade de um coelho que trabalha como ferramenta de teste. Logo de início, na apresentação, ele explica que é surdo e cego do lado direito e possui as costas machucadas devido a sua exposição a químicos. O que acontece com muitos animais que são cobaias em laboratórios de pesquisas.

Em alguns estados brasileiros (Amazonas, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo) já existe uma legislação que especifica as condições em que os animais podem ou não ser expostos, criada em 2008.

O Conselho Nacional do Controle de Experimentação Animal (CONCEA) é o órgão integrante do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, responsável pela fiscalização e monitoramento da LEI N° 11.794 , que supervisiona a testagem dos animais.

A recente comoção das redes sociais com o curta reascendeu um movimento de luta contra o uso de animais em práticas industriais. A hashtag #SAVERALPH foi destaque, acompanhada de cobranças por parte dos usuários, para com as marcas.

A maquiadora Julia Lisboa acredita que essa visibilidade toda é ótima já que é contra o uso de animais para esses fins. “Não precisamos maltratar e nem fazer testes em animais para o uso de algo em um humano”, afirma a maquiadora. Julia ainda diz conferir se os produtos consumidos por ela possuem selo de não crueldade animal, e considera necessário que todos tenham esta identificação para uma compra consciente.

“Nenhum animal merece sofrer o que sofre para ‘agradar’ os seres humanos”, desabafa a maquiadora.

Algumas empresas se movimentaram. A marca de cosméticos Ruby Rose, se pronunciou sobre o assunto através de publicações, e fez uma live em sua página no Instagram para responder perguntas em relação a produção e testagem dos seus produtos. A marca também reafirmou seu apoio a organização PETA (Pessoas pela Tratamento Ético dos Animais) desde 2019, e garante nunca ter feito teste de cosméticos em animais.

Outros métodos se mostraram mais eficazes de realizar esses testes sem utilizar nenhum animal. Entre eles, a cultura de células, que consiste no cultivo e utilização de células e tecidos humanos doados in vitro, e o método in sílico, que usa computadores e modelos matemáticos para prever a reação no organismo humano, o voluntariado humano, entre outros.

Dentre os vários ganhadores do Lush Prize, prêmio destinado a iniciativas que se oponham ao uso de animais em testes de fármacos e cosméticos, destacam-se dois cientistas brasileiros que inovaram nas técnicas de pesquisas. A pesquisadora Carolina Motter Catarino, foi responsável pela produção de um modelo de pele humana in vitro para testagem de componentes tóxicos, e o pesquisador Renato Ivan de Ávila.

A economista June Rothstein acredita que, apesar da legislação buscar alternativas de minimizar o uso de animais, o resultado depende da conscientização de todos. Ao ser questionada sobre os impactos financeiros causados pela substituição de cobaias, ela afirma que é um preço que precisa ser pago. “Não existe um custo elevado quando nós estamos falando de ciência, inovação e melhoria de métodos”.

“Temos que repensar a nossa forma de consumir e ver que nós atuamos sobre toda essa cadeia produtiva”, diz a economista.

June ainda afirma o que achou sobre o curta “Save Ralph”. “Não deve ser apenas lançar opiniões ou ficar chocado com a situação, o curta vem com a proposta de conduzir a uma postura mais consciente sobre o consumo e como contribuímos para a manutenção de determinados processos quando não nos damos conta de como eles chegam até as nossas mãos”, conclui June.

Malu Gayoso – 1° período

Sob supervisão de Bárbara Souza – 8° período

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3 comentários em “Após divulgação do curta “Save Ralph”, marcas e consumidores se mobilizam nas redes sociais

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