Carlos Briggs é convidado do 2º Prêmio Universitário de Jornalismo da UVA: “É preciso ter curiosidade”

Nesta quarta-feira (9), o 2° Prêmio Universitário de Jornalismo da Universidade Veiga de Almeida tomou conta do auditório do campus Tijuca. A edição homenageou o jornalista e radialista Ricardo Boechat, que faleceu em 2019 em virtude de um acidente de helicóptero.

O primeiro evento do dia contou com a presença do jornalista Carlos Briggs, da BandNews FM, que trabalhou com Boechat durante seis anos. Durante ao encontro, Briggs compartilhou algumas das experiências que teve ao lado do colega.

Carlos, além de contar como começou sua trajetória no jornalismo e enumerar quais veículos já trabalhou até chegar a BandNews FM, relatou como era trabalhar com Ricardo Boechat. “Boechat era louco, tinha o jornalismo nas veias, mas era um cara com uma sensibilidade acima do normal. Ele conseguia estabelecer uma linguagem que, desde as pessoas mais cultas até as mais humildes, conseguiam entender”, recorda Briggs.

Carlos Briggs fala sobre a importância de Boechat (Foto: Madu Spranger/Agência UVA)

“Convivíamos [com Boechat] diariamente, e foi muito difícil receber a notícia da sua morte naquelas circunstâncias. Só sabíamos chorar”, continua Briggs. O jornalista ressalta que, como herança, o colega deixou uma permanente influência no rádio. “Um dos seus legados foi a conexão forte com os ouvintes. Meses depois [da morte de Boechat] foi criada a editoria dos ouvintes, onde se estabelece um elo entre eles e a rádio”.

Briggs reproduziu o áudio de um dos programas do radialista, em que Ricardo Boechat desmascarou ao vivo um golpista que estava na prisão. O momento arrancou risadas dos presentes na palestra. Ele ressaltou que os maiores aprendizados que teve nos anos trabalhados com o saudoso jornalista foram o de ir atrás de cada detalhe da notícia, não se contentar com apenas uma versão, e não ter medo de divulgar o nome e a “cara” dos responsáveis por determinados acontecimentos.

Os encontros do 2º Prêmio Universitário de Jornalismo aconteceram nos turnos da manhã, da tarde, e da noite (Foto: Thiago Eiras/Agência UVA)

O convidado, durante a conversa mediada por Julia Reis, ex-aluna da Veiga de Almeida, também fez observações sobre como o mercado do jornalismo está se tornando mais diverso. Para Briggs, ainda que já haja uma quantidade considerável de profissionais negros nas redações, ainda é muito pouco. O jornalista acredita que essa diversidade precisa ser uma realidade também nos cargos de chefias.

Ao responder perguntas dos estudantes, Carlos deu dicas de como se destacar na profissão, ressaltando a importância de se consumir notícias em diferentes veículos de comunicação, pois é fundamental estar atento para todos os acontecimentos da sociedade.

“É preciso ter vontade de ler e curiosidade de ir atrás da história. Se não possuir esse interesse, então a pessoa está na profissão errada. É importante consumir informações das mais diferentes fontes e cruzar as informações, esse é o principal trabalho do jornalista”, aconselhou Briggs.

Os encontros do 2º Prêmio Universitário de Jornalismo da Universidade Veiga de Almeida aconteceram durante todo o dia, nos turnos da manhã, da tarde e da noite, momento em que ocorreu a premiação dos melhores trabalhos desenvolvidos por alunos em diferentes categorias, confira os vencedores.

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