Dia do Livro: universitários compartilham suas preferências literárias

Dia 29 de outubro é comemorado o Dia Nacional do Livro. A data escolhida simboliza uma homenagem à fundação da primeira biblioteca no País: a Biblioteca Nacional do Brasil, fruto das inovações provocadas pela chegada da família real na então colônia de Portugal.

Para celebrar esse dia, a Agência UVA entrevistou universitários de diferentes universidades como da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Unigranrio para saber, de acordo com diferentes opiniões, que livros marcaram sua vida e que podem ser recomendados a outras pessoas.

Luiza Nascimento, 21 anos, estudante de Jornalismo, sugere o romance “Lucíola”, do escritor brasileiro José de Alencar, um dos maiores representantes da corrente literária indianista no país. Ela justifica a escolha pelo fato de ser uma literatura brasileira e por fazer duras críticas sociais.

“É um dos melhores livros que já li. Não trata de um romance bobo, ele possui críticas à sociedade carioca do século XIX. Inclusive o autor foi criticado por abordar a prostituição, assunto que era abafado na época”, relata.

Já Lennon Bastos, 23 anos, estudante de História, defende que toda a saga de “Harry Potter” deveria ser lida por jovens e adultos. Isso porque, de acordo ele, é possível criar uma analogia com a sociedade atual, o que contribui para que a leitura não fique restrita somente ao mundo da imaginação, mas influencie também uma reflexão sobre a realidade.

“Por meio da saga, enxergamos que Voldemort é a representação de Hitler, disseminando o ódio e extermínio contra os não bruxos, chamados “trouxas”. Ele está sempre reiterando o discurso de que somente as pessoas de “sangue puro” podem fazer parte da sociedade mágica, dentre outros fatores que são análogos à ideologia nazista. O conjunto da obra acaba servindo não só como entretenimento, mas como reflexão também”, declara.

Gabriela Soares, 21 anos, estudante de Arquitetura, sugere o livro “A revolução dos bichos”, de George Orwell. De acordo com Gabriela, o livro de autoria de Orwell transmite a história da sociedade de forma simples e lúdica. “Consegue fazer com que a mensagem seja passada de uma forma mais eficaz. Adoro”, diz.

Já Jullia Abreu, 21 anos, estudante de Odontologia, argumenta que as pessoas deveriam ler todos os livros da escritora inglesa Jane Austen, principalmente o clássico “Orgulho e Preconceito”. A estudante defende que os livros de Jane prendem o leitor com singelos detalhes, fazendo com que a leitura seja fluída e envolvente. “É um romance de época, no qual os personagens não se beijam, mas gera uma expectativa muito grande para os toques físicos entre eles, os toques de mãos e olhares, que prende o leitor”, revela.

Giovane Fazelo, 20 anos, estudante de Jornalismo, acredita que o livro “A República das Milícias: dos esquadrões da morte à era Bolsonaro”, de Bruno Paes Manso, é crucial para compreender a estrutura do Rio de Janeiro. Giovane ressalta que, ao ler o livro, é possível enxergar por quem a cidade é comandada.

“O livro é fundamental para todo brasileiro, principalmente os cariocas, pois o autor se aprofunda nos relacionamentos de milicianos em cada região do Rio”, explica.

Todas os livros sugeridos acima são encontrados facilmente na internet.

Foto de capa: Pexel

Reportagem Isabelle Valente