David Bowie foi vários ícones. Desde que iniciou sua histórica era como Ziggy Stardust, de moicano vermelho e roupas extravagantes, até o fim de sua vida, ele transitou por diversos momentos, sempre se modificando sem perder seu cerne. Até hoje, ele é conhecido como o “camaleão” do rock. Seja como Ziggy, Thin White Duke, Major Tom ou Pierrot, as múltiplas personas eram a forma favorita do cantor de se comunicar artisticamente.
Essa alternância entre personalidades é um ponto-chave em “Moonage Daydream”, o épico-documentário biográfico. Dirigido por Brett Morgen, o mesmo de “Kurt Cobain: Montage of Heck”, o filme foi lançado especialmente para a projeção em salas “IMAX”, com Tony Visconti (um dos principais parceiros musicais de Bowie) e Paul Massey (vencedor do Oscar por “Bohemian Rhapsody”). Baseado somente em imagens e áudios do arquivo pessoal de David, Morgen levou quatro anos para a produção e edição do longa, que estreou na quinta-feira, 15.

(Foto: Reprodução/Tapis Rouge/Universal Pictures)
Apesar de ser um documentário sobre a vida do artista, “Moonage Daydream” não é uma biografia propriamente dita. O filme, em si, é vendido como uma ‘odisseia musical’, livre de amarras e de uma linearidade da vida do músico. A primeira sequência do filme é uma colagem de cenas icônicas do cinema clássico, dos anos 1920 até 1950, que teve uma forte influência na visão artística de Bowie.
Um dos momentos mais emocionantes do longa é de um arquivo do cantor falando que seu meio-irmão foi a principal fonte do que ele acredita ser arte. Através dele, David foi apresentado ao jazz de John Coltrane e a literatura de Jack Kerouac em sua juventude. Depois de adulto, Terry, o meio-irmão de David, foi internado por problemas sérios de esquizofrenia. O documentário aborda, também, como Bowie teve sua vida salva pela arte, de uma forma quase terapêutica, seja ela pintura, escultura, música, cinema ou programas de TV.

É visível uma linha do tempo, mas é bem distinta de um documentário convencional e linear. Ao decorrer do documentário há várias digressões com colagens de imagens de filmes clássicos, quase num modo de cinema experimental. Para pessoas fora do círculo de fãs do artista, pode parecer confuso ou até cansativo, porém, vale lembrar que o filme tem a ideia de uma viagem, uma odisseia.
“Moonage Daydream” é um caleidoscópio sobre a arte que David Bowie apresentou em vida, como influência que atravessou gerações e foi fonte de inspiração para movimentos como o Britpop dos anos 90, e para artistas como Madonna e Lady Gaga. O longa é, de fato, partes iguais de uma viagem sensorial e uma experiência psicodélica e sideral, que vai de encontro à central de controle do Major Tom através de seu legado.
“Moonage Daydream” estreou nos cinemas no dia 15 de setembro, quinta-feira. Confira o trailer abaixo.
Ficha técnica – “Moonage Daydream”
Direção: Brett Morgen
Roteiro: Brett Morgen
Gênero: Documentário/Música
Ano: 2022
Foto de capa: Reprodução/Cinesia Geek. Créditos: Universal Pictures
Reportagem Vinicius Corrêa, com edição de texto de Gabriel Folena
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