Os Jogos Olímpicos de Tóquio, que terão início no dia 23 de julho, já se tornaram históricos antes mesmo de começarem. Será a primeira Olimpíada depois que o canabidiol (CDB), o composto mais famoso da cannabis, deixou de ser doping – já o THC (tetra-hidrocanabiol) segue como substância proibida.
Além disso, a Agência Mundial Antidopagem (WADA) divulgou um novo código antidoping que visa educar atletas que usam drogas recreativas (maconha, cocaína, heroína e ecstasy), e com isso, suavizou punições pelo uso das mesmas.
“A mudança da regra não quer dizer que possa ter uso livre, quer dizer que a regra passou a ser vista de outra forma em relação ao uso fora de competição. Isso com certeza trás alguma mudança, mas só saberemos se elas foram positivas ou negativas depois de observar o que aconteceu.” pondera Dr. Roberto Teixeira Nahon Marinho, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte e Coordenador de Ações Médicas do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
O debate sobre a legalização de derivados da Cannabis segue avançando cada vez mais, inclusive, no Brasil. No ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou pela primeira vez a comercialização de um produto à base da planta. Apesar disso, ainda existe resistência por parte do governo federal acerca do progresso desta pauta, além de um preconceito histórico que carrega consigo alguns tabus, mesmo se tratando de uma planta com diversos benefícios medicinais.
“A maconha tem muito mais substâncias do que só as mais conhecidas, que são o THC e o Canabidiol. São aproximadamente 50 com todos os seus metabólitos. Qualquer substância, seja ela derivada da maconha, seja ela derivada de alguma outra planta, ou seja ela sintetizada, ela tem vantagens quando utilizada do ponto de vista do tratamento e tem desvantagens quando é utilizada sob forma de abuso.” explica Dr. Roberto.
Atleta Cannabis
Idealizado pelo empresário e atleta amador Fernando Paternostro, o Atleta Cannabis é um projeto que visa informar e conscientizar a comunidade que quer buscar uma qualidade de vida através da cannabis medicinal, utilizando o esporte como principal ferramenta para produzir conteúdo e promover esta ideia.
“A nossa iniciativa tem como objetivo ajudar as pessoas e informar as pessoas que elas podem ter acesso ao cannabis medicinal para uma busca de qualidade de vida, e tirar aquele estigma de que a cannabis serve apenas para patologias, como autismo e allzheimer, que é o que o pessoal mais conhece. Então, a gente vem entendendo que isso tem um benefício no esporte, uma vez que o óleo de cannabis ajuda a dormir melhor, a ter uma recuperação muscular melhor e também na questão das dores crônicas, que é algo que atletas tem muito.” explica Peu Guimarães, Co-fudador do Atleta Cannabis e sócio diretor da Icons Agency.
Atualmente, o projeto já conta com um grande time de esportistas, dentre eles atletas amadores e até mesmo atletas olímpicos, como é o caso do maratonista Daniel Chaves, 32 anos, maratonista que estará representando o Brasil em Tóquio e será um dos primeiros atletas a utilizar o CBD nos Jogos Olímpicos.
“Isso vai trazer um grande efeito na sociedade, pois os atletas olímpicos tem uma influência muito grande e, com isso, será possível desmistificar aquela história de que a cannabis é coisa de vagabundo, preguiçoso e sedentário, quando se tem atletas buscando medalha numa Olimpíada em diferentes modalidades e fazendo o uso da substância.” afirma Peu.
Confira no player abaixo a entrevista completa da Agência UVA com o co-fundador do Atleta Cannabis, Peu Guimarães.
Lucas Pires – 7º período
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