O assunto “pirâmides financeiras” tem se tornado cada vez mais comum entre os brasileiros, isso porque o número de golpes aplicados vem crescendo de forma intensa. Com o aumento desse tipo de ação diversos investidores tem demostrado certa insegurança quando o assunto é aplicar em criptomoedas.
Os dados divulgados em um relatório desenvolvido pela Comissão Especial de Pirâmides Financeiras, instituída pelo CNDC (Conselho Nacional de Defesa do Consumidor) do Ministério da Justiça, apontou que os processos relacionados ao estilo de golpe saltaram de 47, em 2015, para quase 700, em 2020, resultando em um aumento de mais de 1.300%.
De acordo com o relatório, a crise causada pela pandemia do Coronavírus e a queda da Taxa Selic nos últimos anos podem ter contribuído para esse crescimento repentino. Essa prática recebe esse nome pela semelhança com as pirâmides físicas em termos de estrutura, onde um suposto vendedor que está no topo lucra a cada vez que novos vendedores são iniciados no esquema abaixo dele.
Pirâmides financeiras são um crime contra a economia popular, e é por isso que muitas dessas falsas empresas se camuflam por um marketing multinível. Iludidos com um discurso de boa rentabilidade e dinheiro fácil, diversos brasileiros tem se aventurado em “investir” altas quantias em supostas casas de criptomoedas.
Segundo o economista e professor da Universidade Veiga de Almeida, Durval Meirelles, é preciso ter atenção na hora de investir nas famosas moedas virtuais, já que diversos criminosos viram uma oportunidade de lavar dinheiro por meio dos golpes financeiros.
“Nesse tipo de prática, não se tem garantia nenhuma do futuro do dinheiro “investido” e isso pode acabar afetando de forma drástica as pessoas que estão aplicando as suas finanças nessas falsas empresas. O mundo está lidando com um crescimento rápido e sem controle dessa era cibernética, que consequentemente vem sofrendo com atividades irregulares de pessoas que se aproveitam da facilidade e da falta de conhecimento de uma parte da população”, explica o professor.
Apesar do crescimento dos golpes, o economista ressaltou que essa especulação e falta de confiança nas criptomoedas deve diminuir de uma forma considerável, isso porque o Brasil já estuda um projeto de criação de moedas virtuais emitidas pelo Banco Central.
Com o assunto de pirâmides financeiras em alta, diversos investidores tem demonstrado uma certa insegurança na hora de aplicar em criptos, mesmo que seja em plataformas e casas de investimentos autorizadas para realizar a transição.
Para a estudante de Administração, Danielle Sampaio, de 21 anos, investir é importante para o futuro e quanto mais cedo começar melhor. Só que o aumento dos casos de golpe tem assustado, fazendo com que ela fique insegura.
“Eu comecei a investi no primeiro semestre de 2021 pensando no meu futuro e tenho amigos que também investem. Alguns deles investem em cripto por empresas autorizadas, mas ainda sim eu não tenho coragem. Nunca me convidaram para fazer parte dessas tais pirâmides, no entanto, quando eu vejo uma promessa de rentabilidade alta em um curto prazo de tempo, eu já sei que é furada”, relatou Danielle.
Já Lucas Britto (22), que investe desde os 19 anos, diz não se sentir inseguro com as práticas criminosas e ressalta que as mesmas o deixaram mais atento para estudar e se aprofundar no assunto.
“Infelizmente, mesmo com todo progresso de democratização e facilitação a informações de finanças, temos essas pessoas que surgem na contramão com promessas de ganho de dinheiro fácil e rápido que acaba deslumbrando outras pessoas, por falta de conhecimento ou por ganância mesmo. Hoje, dificilmente eu investiria meu dinheiro em alguma cripto que eu não conheça ou que seja a “dica quente” de algum amigo ou conhecido”, contou Lucas, que alegou conhecer pessoas que já tentaram sonda-lo com a proposta de dinheiro rápido.
Eduarda Marques de Menezes – 4° período
Sob supervisão de Indaya Morais – 8° período
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