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Dia da Diversidade Indígena é marcado por movimentos de conscientização

Influenciadores indígenas utilizaram sua voz para promover informações sobre a realidade do indígena no território brasileiro

Na última segunda-feira (19), foi comemorado o Dia da Diversidade Indígena, data criada em homenagem à participação indígena no Congresso Interamericano de 1940, no México. Aqui no Brasil, em que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 900 mil indígenas fazem parte de 305 povos distintos, a data este ano foi lembrada com muitas reflexões, especialmente nas redes sociais.

Movimentos no Twitter e Instagram, liderados por influenciadores indígenas, foram responsáveis por uma série de publicações de luta pelos direitos dos povos originários, e conscientização da população.

Uma das discussões que ganhou foco foi o uso incorreto da nomenclatura “índio”. Influenciadores reafirmaram que a palavra “índio” não representa essas populações, já que o termo gera uma imagem distorcida da realidade. O correto é indígena, palavra que possui uma definição correta de sua cultura.

O Yan Gouvea, descendente das etnias Tarena e Kambeba, também se posiciona. “Em relação aos mais de 810 mil povos, a diversidade indígena não é reconhecida e nem respeitada por parte do estado”, conta Yan, indignado. Ele acredita que a data é muito importante para dar visibilidade às dificuldades que afligem as diversas populações indígenas, e que as instituições educacionais deveriam abordar o assunto de forma diferente. “Os indígenas são capazes e sua cultura é diferenciada, pois sua maneira natural de viver requer hábitos próprios.”

“Só queremos respeito e ter nossos direitos”, desabafa Yan

O cientista político e professor da Universidade Veiga de Almeida (UVA), Guilherme Carvalhido, acredita que reconhecer a importância dessas populações como parte integrante da sociedade brasileira e respeitar suas características culturais é crucial para deixarmos de lado os preconceitos que atingem os indígenas e seus descendentes.

“Um dia apenas é pouco para a importância dessas pessoas para a nossa sociedade. Mas neste dia, pelo menos, podemos refletir construir políticas que defendam suas características”, afirma.

Outra homenagem prestada a data foi realizada pelo Congresso Nacional, que alterou as luzes que iluminam as instalações para projetarem mensagens de apoio à luta. Frases como “Abril indígena”, “Nossa luta é pela vida” e “A luta pela terra é a mãe de todas as lutas”, estamparam o prédio acompanhadas de padronagens da cultura indígena.

A ativista indígena Juliana Gomes, ancestral da etnia Laklãnõ Xokleng, acredita que apesar da data servir como uma ferramenta de conscientização, ainda é encontrado espaço para a propagação de comentários racistas. Ela atua como colaboradora no projeto “Tem cor no ensino”, e comenta que o bom alcance da iniciativa possui um “retorno gratificante”.

“Tem muitas formas de apoiar a luta indígena. É importante seguir militantes do movimento indígena e acompanhar nosso calendário de lutas. Nas escolas, é importante não reproduzir atividades racistas, como a tal da fantasia de índio, e no lugar disso desconstruir o estereótipo do que é ser indígena. As atividades, cartilha e história em quadrinho do “Tem cor no Ensino” foram produzidas por indígenas e são um bom material introdutório pra tratar do assunto na escola”, afirma Juliana.

Maria Luiza Danezi Gayoso – 1° período

Sob supervisão de Bárbara Souza – 8o período.

Foto de capa: Austral Foto/Renzo Gostoli

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4 comentários em “Dia da Diversidade Indígena é marcado por movimentos de conscientização

  1. Débora Teixeira Cardoso

    Matéria super importante nesse momento em que a valorização da cultura e diversidade se faz tão urgente!
    Como educadora, fiquei super curiosa e interessada no material de quadrinhos do projeto “Da cor da arte”.
    Já vou seguir.
    Obrigada!

  2. Nikolas VIeira Rocha

    muito bom, um tema delicado que abrange uma boa parte da historia do Brasil, Gostei.

  3. Pingback: Marvel divulga trailer de novo filme e levanta pautas sobre diversidade | Agência UVA

  4. Alice T. Sá

    Muito importante sabermos mais sobre a cultura e resistência dos povos originários. É a história do nosso país que não é contada nas escolas. Ótimo texto!!

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