Na sexta-feira (9) a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta sobre o atual momento do Brasil e exprime que o país não vai conseguir vencer a pandemia só com vacinas. A entidade afirma que a situação brasileira é muito grave e exige coordenação ampla de medidas e liderança. Especialistas comentam sobre o atual cenário.
Nos últimos sete dias o Brasil enfrentou a semana mais fatal da pandemia. De acordo com os dados do consórcio de veículos de imprensa, o país registrou 21.172 mortos por Covid-19, batendo mais um recorde negativo de número de mortes.
A líder técnica para Covid-19 da entidade, Maria van Kerkhove afirmou que o Brasil precisa adotar medidas mais amplas e que essas ações precisam ser apoiadas pelos líderes do País.
“Temos que parar de pensar que a crise se resolve com uma ou outra medida. A vacina é apenas um componente, é preciso adotar ações amplas, que sejam apoiadas por líderes e pelos governos”, afirma ela.
Paulo Roberto Ferreira Machado, enfermeiro aposentando pela Prefeitura Rio e professor Adjunto da Universidade Veiga de Almeida (UVA), diz que é preciso acelerar o processo de vacinação em todo país para alcançar as metas estabelecidas.
“Até o momento, o Brasil vacinou cerca de 12% de sua população e, para diminuir a circulação do vírus e o consequente surgimento de novas variantes, precisamos chegar a um percentual de vacinados bem maior do que o já alcançado”, opina.

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De acordo com a OMS, apesar de ser crucial imunizar idosos e profissionais de saúde para reduzir o número de mortes, continua sendo essencial identificar as pessoas infectadas e isolá-las rapidamente.
Além disso, é preciso evitar contatos entre as pessoas para segurar a transmissão e evitar o aparecimento de novas variantes que escapem da vacina.
Número de mortes nas comunidades continuam crescendo.
De acordo com o Painel Covid-19 nas Favelas, organizado pelo Voz das Comunidades, foram registrados 874 casos e 70 óbitos ocasionados pelo Coronavírus em uma semana.
Na comunidade da Maré, situada na região da Avenida Brasil, no Rio, nos últimos 14 dias foi registrado aumento de 89% de casos da Covid-19. De acordo com os dados do Boletim da Pandemia na Maré, foram 123 casos entre 09/03 e 22/03 e 250 novos casos entre os dias 23/03 e 05/04.
Luna Arouca, coordenadora do projeto Conexão Saúde na Maré, um modelo de atendimento de saúde integral direcionado aos moradores da região, diz que a comunidade vem trabalhando com a situação da pandemia desde Março junto com outras instituições sociais.
“Através da campanha, “A Maré diz não ao Coronavírus”, a Redes da Maré firmou uma parceria com a Fiocruz, SAS Brasil, o Dados do Bem, a União Rio e o Conselho Comunitário de Manguinhos, e a partir daí criamos um pólo de testagem na Maré, com um programa de atendimento médico online. Além disso, foi feito um programa de isolamento domiciliar, dando suporte para as pessoas que estão contaminadas ficarem em casa”, diz Luna.
De acordo com a coordenadora do projeto na comunidade da Maré, a região recebeu 10 mil doses de vacinas. As primeiras doses foram aplicadas em 8.418 mil pessoas e para a segunda dose 1.662 mil pessoas foram vacinadas.
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Mateus Almeida Marinho-8 período
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