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Jornalistas comentam agressão a repórteres em Santa Catarina

Caso ocorreu em Santa Catarina no feriado de finados

Durante uma reportagem na Praia do Campeche, em Florianópolis, nesta segunda-feira (2), dois jornalistas da NSC TV, afiliada da Rede Globo foram agredidos verbalmente e fisicamente por pessoas que estavam no local. A reportagem pretendia mostrar casos de descumprimento da lei estadual que proíbe aglomerações em locais públicos durante a pandemia, e as filmagens teriam causado revolta nos banhistas. Cenas de civis revoltados com a imprensa vêm sendo cada vez mais comuns, e não é o primeiro caso de agressão registrado este ano. Para quem já se formou ou que ainda está cursando Jornalismo, é preciso estar atento a esse ambiente de descrédito e ataques à classe jornalística, que ameaça a liberdade de imprensa.

Para a Jornalista recém formada pela Universidade Veiga de Almeida (UVA), Gláucia Baraúna, os ataques à imprensa não são casos isolados, já que o ódio via internet é bem comum: “Infelizmente os casos já não eram isolados e hoje vemos o crescimento. São ataques nas redes sociais, são xingamentos nas ruas. Nós trabalhamos para a sociedade, nós trabalhamos para informar e muitas vezes dar voz para quem precisa mas estamos vivendo tempos difíceis em que muitos ficam contra a verdade, mas é preciso resistir. Enquanto formos atacados pelo nosso trabalho não estaremos seguros”, conta a Jornalista.

“Enquanto formos atacados pelo nosso trabalho, não estaremos seguros”

Comenta Gláucia Baraúna sobre os ataques que os jornalistas da Globo sofreram.

Para um repórter sair para apurar e cobrir uma determinada matéria, é necessário ter uma câmera e, se possível, um operador para ajudar na hora da gravação. Mas com esses casos de violência e perseguição que a imprensa vem sofrendo, para Gláucia, ter um segurança vai acabar sendo indispensável para o bem estar do trabalhador, já que nem Polícia ou Guarda Municipal estavam no local: “Cada vez mais essencial (um segurança para proteger os profissionais). Nesse caso especificamente não havia agentes da Polícia ou Guarda Municipal. Poderia ter sido diferente ou uma situação que não aconteceria com a presença da polícia”, relata Gláucia.

E para quem ainda está na graduação de Jornalismo, Gláucia dá um recado sobre como enfrentar essa população que hoje é movida a muitos ataques, principalmente na internet:

“Infelizmente não há como tranquilizar e sim informá-lós. É uma profissão cada vez mais atacada por crimes de ódio”, finaliza a Jornalista.

Para o estudante de Jornalismo da UVA, Luís Felippe Gonçalves, que atualmente se encontra no quinto período, a atitude dos banhistas não pode ser normalizada, ainda mais com trabalhadores: “Qualquer tipo de agressão deve ser abominada, ainda mais com uma pessoa no exercício da sua profissão, irrepreensível a atitude”, conta Luis.

Os seguidos ataques aos profissionais de imprensa, que antes se restringiam às redes sociais, agora começam a tomar força nos espaços públicos. Cidadãos desinibidos e sem qualquer medo de possíveis consequências atacam e atrapalham o trabalho de jornalistas em diversas oportunidades. E Luís Felippe fala sobre como está sendo essa relação do jornalista com o povo: “Acho que de fato o jornalismo não goza de tanto prestígio e estima quanto em outros tempos, mas espero contribuir para inversão desse quadro”, conta.

Sobre ficar receoso com a agressividade que a imprensa vem recebendo, Luis é categórico ao falar: “Não, temos que encarar, fazer a diferença, não podemos nos acovardar diante de atitudes como essa, são a minoria”, finaliza o estudante.

A equipe de reportagem da filiada da rede Globo, a NSC TV, foi abordada por um grupo de banhistas, enquanto fazia uma gravação para uma matéria sobre aglomeração na localidade, na praia do Campeche-SC, quando foram surpreendidos por insultos e agressões físicas. Em tempos de pandemia em que o país já passou de 160 mil mortos pela covid-19, pessoas ainda continuam “furando” a quarentena e fazendo aglomerações – por mais que haja regras de flexibilização – em bares, praias, shoppings, mesmo com a recomendação de ficar em casa e sair apenas quando necessário.

Hudson Lisboa- 7º período

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