O discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura dos Debates Gerais da 74ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na última terça-feira (24), em Nova York, gerou uma grande repercussão no mundo inteiro. A expectativa era de um discurso mais moderado e conciliador, devido a pressão internacional que o Brasil vem recebendo, principalmente, com relação as questões sobre o meio ambiente. Foi a primeira vez do presidente no encontro mundial desde sua posse, em janeiro de 2019. Ele falou por 31 minutos, passando do limite regulamentar, que é de 20 minutos.
Durante o discurso, o presidente brasileiro não poupou as palavras e acusou líderes estrangeiros de atacarem a soberania do Brasil. Também falou sobre a preservação ao meio ambiente, questões indígenas e chamou de “falácia” a afirmação de que a Amazônia é patrimônio da humanidade. Bolsonaro foi o sétimo presidente a discursar na Assembleia Geral da ONU desde a redemocratização do país, em 1985. Dos oito presidentes que o país teve nesse período (1985-2019), apenas Itamar Franco (1992-1994) não discursou.
Marilsa de Almeida, 39 anos, vê na postura de Bolsonaro um interesse em defender com unhas e dentes o Brasil.
“Acredito que o Brasil deixa de ser um país sem personalidade, pois nunca teve o direito de ter uma, por termos tido presidentes corruptos e sem moral”, diz Marilsa.
O professor de história, Luiz Braga, aponta que o discurso teve uma carga ideológica muito forte e foi direcionado para parte da população que apoia o estilo dele de governar. “Esse tipo de postura e de estratégia de ação é o que mantém o presidente no poder, porque garante o apoio de certos setores da sociedade”, explica.
“Acho que o discurso do Bolsonaro foi alinhado com o do Trump, mas é um alinhamento que não leva em consideração as claras diferenças geopolíticas entre os dois países em relação aos demais do globo. Nesse sentido, não vimos um discurso conciliatório, de busca por diálogo e articulação com os países de maior poderio bélico e econômico, e de compromisso com o respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente, pautas importantes para a comunidade internacional de maneira geral”, comenta Luiz
A repercussão do discurso também foi bastante comentada nas redes sociais dos políticos, tanto governistas como oposicionistas.
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Luhan Alves- 6° Período
Agência UVA 
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