Nesta segunda-feira (02) é celebrado o Dia do Repórter Fotográfico. Responsável por registrar a notícia através da lente de sua câmera, é ele que nos comunica os eventos da sociedade por meio de um olhar crítico e apurado reproduzido na fotografia. A necessidade de complementar o que o texto trazia e de trazer mais veracidade para o relato jornalístico, fez com que a profissão ganhasse mais relevância a partir da cobertura das guerras que marcaram o século XIX, como a da Crimeia (1854-1855).
Muito alinhado ao surgimento da fotografia, o fotojornalismo, ramo profissional do repórter fotográfico, tem o seu primeiro local de aplicação nas revistas ilustradas, considerada a principal mídia da Alemanha nos anos 1930. Apesar disso, antes do nome do ramo ser modificado, já era comum, no fim do século XIX, veículos norte-americanos veicularem imagens. Destaca-se, nesse período, a atuação do jornal Daily Herald, de 1880, incipiente nessa prática. No Brasil, o termo repórter-fotográfico é utilizado pela primeira vez em 1950 por Samuel Wainer, diretor do jornal Última Hora.
Contudo, a profissão vive o seu auge no Brasil na década de 60, no contexto da ditadura militar, como relembra o professor de fotojornalismo da UVA, Altayr Derossi. “Nessa época, o Jornal do Brasil contrata vários profissionais de imagem para registrar o momento. Posteriormente, na década de 80, o jornal O Dia também inova ao utilizar fotografia colorida em toda a sua edição”. Altayr ressalta que a missão do fotojornalismo no contexto atual é diferente da exercida no século anterior: “Devido à diminuição do impresso, vivemos hoje o fotojornalismo digital. É um novo tempo, no qual é exigido mais do profissional”, conta.
Entretanto, novas possibilidades surgem nesse cenário. A pesquisadora e fotógrafa independente, Rosa Bernardes, comenta que o momento atual é oportuno para a formação de coletivos independentes. “Apesar da dificuldade ainda de se sustentar no ramo, é perceptível que as novas facilidades tecnológicas têm ampliado esse mercado de atuação”, comenta. Autora do projeto Sertão Carioca, que resgata a cultura rural do Rio de Janeiro, Rosa destaca ainda que o independente concede mais autonomia ao profissional. “Relativo ao meu trabalho, por exemplo, eu tenho a vantagem de poder me aprofundar e estabelecer uma relação mais íntima com o meu objeto”, explica.

Leandro Victor – 7º período
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