Entender o papel do atleta como referência para a sociedade é importante. Ele afeta a opinião pública, sendo necessário compreender de que forma ele pode utilizar do momento de grande visibilidade para assim poder protestar, seja ao entrar no estádio ou nas redes sociais. As declarações do jornalista Tiago Leifert gerou reflexões sobre essas manifestações políticas dentro dos esportes para tentar entender como isso deve acontecer sem afetar a questão do entretenimento, sem afetar o público presente.
Com base no artigo elaborado pelo professor sociólogo Walace Ferreira (CAp-UERJ), “Esporte e Política em ano de Copa do Mundo” , foi possível refletir sobre a publicação do jornalista Tiago Leifert, para saber de que forma os protestos impactam na sociedade. Dessa forma, foi observado que a política sempre esteve presente no esporte, não só por parte da população e atletas, mas também como meio de manipular a política, da forma em que acontecia na época da ditadura no Brasil, onde os militares utilizavam o futebol para se promoverem nacionalmente. Como em um momento conturbado enfrentado pelo país durante um período de grande repressão, não levar as questões políticas para o lado profissional, aproveitando uma ocasião de grande visibilidade, como no futebol por exemplo?
Hoje, no ano de 2018, tempo de Copa do mundo, muitas pessoas acreditam que será um momento utilizado para “esquecer” os problemas atuais que o Brasil passa, como descobrir quem assassinou Marielle Franco e Anderson Silva, já que o patriotismo no futebol acaba falando mais alto. No caso do artilheiro Reinaldo, onde na Copa de 78 foi afastado por erguer o punho, utilizando um símbolo de protesto, além de levar uma “bronca” do ditador Geisel na época pela atitude, demostra um pouco de como o esporte é visto no país. Com todas essas questões, para tentar entender de que forma essas manifestações políticas são observadas pela imprensa esportiva, foi realizada uma entrevista em áudio com o jornalista esportivo, Ricca Perrone:
Qual será a posição da opinião pública? Veja:
Claudio Sangito, Músico, 37 anos:
“Eu acho que todo lugar é válido para você se manifestar, seja dentro do campo de futebol, fora de campo, seja no palco ou fora do palco. E acho que quanto mais holofotes tiver, melhor vai ser, porque muitas vezes você vai estar levantando uma bandeira que não é uma bandeira só sua e sim de milhares de pessoas, então eu acho super válido.”
Felippe Rocha, Analista de TI, 29 anos:
“Brasileiro vive para futebol, então mesmo que seja um momento para descontração acredito que deva existir manifestações políticas dentro dos estádios sim, para conscientizar a sociedade mostrando que é possível combinar esporte e política, basta o jogador e torcedor saber a hora de fazer, sem atrapalhar a atividade em campo.”
Jonise Richards, funcionária pública, 40 anos:
“Todo mundo tem o direito de se manifestar porque é um direito protegido pela constituição, está lá no artigo 5º da constituição, todo mundo pode se manifestar em qualquer lugar.”
Diego Pedroso, Estudante de Jornalismo, 22 anos:
“…Sócrates, ídolo corinthiano liderou o movimento democracia corinthiana. As primeiras leis trabalhistas foram anunciadas no Estádio do Vasco da Gama, São Januário. Se engana quem pensa que futebol e política não andam juntos. Além de tudo isso, dentro dos estádios também está presente a democracia. Ou tem algo que nos impeça de falarmos ou colocar pra fora nossas opiniões?”
Andréia Dantas / Thayná Duarte
Reportagem desenvolvida para a disciplina de Oficina Multimídia
Agência UVA 
0 comentário em “O jornalista esportivo Ricca Perrone comenta sobre as manifestações políticas dentro dos estádios”