Ye sempre esteve envolvido em polêmicas. O rapper americano, antes conhecido como Kanye West, um dos mais influentes da música pop e do mundo da moda, está sempre com os olhos da mídia sobre si, por causa de suas declarações controversas. Dessa vez, entretanto, a mídia vem apontando a “perda de mão” do rapper nas últimas semanas. Com isso, a equipe da Agência UVA preparou uma retrospectiva das controvérsias recentes de Ye. Confira a lista:
“White Lives Matter”
Durante o Paris Fashion Week Show, que ocorreu entre o fim de setembro e o começo de outubro, a grife de roupas de Kanye West, “Yzy Szn”, fez uma apresentação, a “Yzy Szn 9”. No evento, o rapper vestiu uma camiseta na qual se lia, nas costas, “White Lives Matter” (“Vidas Brancas Importam”, em português). Essa frase é uma contraposição racista ao movimento “Black Lives Matter”, dos protestos contra a violência policial sofrida por pessoas negras nos Estados Unidos. Em um post no Instagram de Ye, ele aparece junto à conservadora Candace Owens, que é conhecida no país por seu ativismo pró-governo de Donald Trump e críticas ao BLM.

Restrição do Instagram e do Facebook
O Meta, dono do Facebook e Instagram, restringiram a conta de Ye no Instagram por violação de suas políticas. Segundo o jornal Hollywood Reporter, não houve especificação de qual post resultou na suspensão do rapper. Algumas pessoas acreditam que tenha sido devido a declarações antissemitas do artista, direcionadas ao rapper Diddy; os prints da conversa foram postados pelo próprio Kanye em seu feed. Não houve nenhuma confirmação por parte do grupo Meta sobre qual, exatamente, foi o motivo da restrição da conta do artista.

Twitter
Quem acompanha Ye, sabe de sua relação com as mídias sociais. Seu Twitter era um ambiente de desabafo no qual ele publicava como um “fluxo de consciência”, sem uma lógica precisa. Após quase dois anos de ausência na rede do passarinho, ele voltou a postar no perfil, devido às restrições impostas pelo Instagram. A possibilidade de postar o que quisesse durou pouco. Um tweet, postado no dia 8 de outubro, sábado à noite, dizia: “eu estou um pouco sonolento mas quando eu acordar vou de Defcon 3 contra judeus”. “Defcon 3” seria uma das prontidões de defesa das Forças Armadas americanas. A publicação mobilizou um grande número de celebridades, que repudiaram a declaração, como Ariana Grande, Jamie Lee Curtis e 50 Cent.

Parler
Parler é uma rede social e aplicativo conhecido pela proposta de “livre discurso”, sem nenhuma diretriz. Segundo o The New York Times, a dona da rede, Parlement Technologies, que monetiza o app, disse na segunda-feira, 17, que Ye iria comprar o aplicativo por uma certa quantia. George Farmer, o chefe-executivo da mídia social, disse que o artista está interessado em investir na plataforma para prorrogar a ideia de livre discurso e liberdade de expressão. A Parler é conhecida por ter entre seus usuários muitas pessoas de extrema-direita e grande fluxo de discursos de ódio disfarçados de opiniões. George Farmer é casado com Candace Owens, ativista da extrema-direita, vista junto de Kanye West no desfile de Paris da “Yzy Szn”.

Processo da família de George Floyd
Durante o podcast “Drink Champions”, apresentado pelo rapper N.O.R.E e pelo DJ EFN, Ye negou que George Floyd foi morto asfixiado pelo policial Derek Chauvin. Ele sugeriu que Floyd tinha morrido devido ao fentanil encontrado em seu sangue; de fato, a substância estava presente no organismo de Floyd, mas em uma pequena quantidade. A declaração gerou revolta na internet e, claro, na família de George Floyd. Tanto que eles estão movendo um processo de US$250 milhões contra o músico. Uma das advogadas da família de Floyd, Nuru Witherspoon, respondeu que a prioridade da ação é a filha de George, Gianna. “Ela está sendo ‘retraumatizada’ pelas declarações de Kanye West, e ele está criando um ambiente sem segurança para ela”, a defensora afirmou, em carta. O episódio do podcast “Drink Champs” saiu do ar devido as declarações de Ye e os apresentadores se desculparam por terem convidado o rapper.

Perda de parceria com empresas
Todas as declarações de Ye nas últimas semanas geraram consequências drásticas para sua carreira e reputação. A Balenciaga, forte parceira de West, foi uma das primeiras a romper laços com o artista. Por meio do grupo Kering, dona da grife, em entrevista ao site Women’s Wear Daily, a marca não tem mais planos de trabalhar com Ye no futuro. Além da Balenciaga, a Adidas encerrou a parceria após as controvérsias e a má repercussão. Um anúncio no site da empresa diz que eles “não toleram antissemitismo e nenhum tipo de discurso de ódio”. Essa parceria valia US$1.5 bilhão, e tal encerramento fez com que Ye perdesse o status de bilionário. Outras marcas que também encerraram as atividades com o artista foram a Gap e a Foot Locker.

Foto de capa: Reprodução/Youtube
Reportagem por Vinicius Corrêa, com edição de texto de Daniel Deroza
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