Eleições 2022: eleitores depositam esperança nas urnas

O dia mais esperado por boa parte dos brasileiros que se interessam por política finalmente chegou. Neste domingo, 2 de outubro, dia de escolher representantes para os cargos de Presidente, Senador, Governador e Deputados Federal e Estadual, as expectativas estão altas para os eleitores do estado do Rio de Janeiro.

Na Tijuca, Zona Norte do Rio, as zonas eleitorais foram ficando cheias no meio da manhã e seguiram assim até o início da tarde. O Colégio Santa Teresa de Jesus, no Largo da Segunda Feira, tinha longas filas dentro e fora da escola. Muitos eleitores moradores da região comentavam a lotação.

“Voto aqui há muitos anos, mas é a primeira vez que vejo as seções tão cheias e com tantas filas. Deve ser porque fecharam outras zonas eleitorais aqui de perto e concentraram tudo no Santa Teresa”, explica uma tijucana que preferiu não ser identificada.

Em Nilópolis, na Baixada Fluminense, o clima da votação no Colégio Cetecon estava tranquilo e sem nenhum tipo de ocorrência no início da manhã.

Em Rio das Ostras, o Colégio Municipal Professora América Abdalla, ficou cheio desde o início da manhã. Com longas filas, algumas pessoas chegaram a esperar mais de 1h30 para votar.

Na Zona Oeste do Rio, especificamente na escola Escola Municipal José de Melo, em Santa Cruz, o clima foi de tranquilidade no início do dia.

O Colégio Municipal Professora América Abdalla, em Rio das Ostras, ficou cheio logo pela manhã. (Foto: Isabela Caneschi/Agência UVA)

Lados opostos
Muita gente se vestiu de verde e amarelo para apoiar a candidatura do Presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto outros optaram por adesivos coloridos de seu maior adversário nas pesquisas, Luís Inácio Lula da Silva (PT) e de outros candidatos à esquerda.

O carteiro Rodrigo Cunha, 36 anos e morador de Nilópolis, está com grandes expectativas em relação ao resultado das eleições. Ele acredita na vitória de Lula, pois o povo brasileiro clama por severas mudanças na estrutura do País.

“Vamos mudar essa história e cobrar melhorias para a população. Não queremos um presidente que apenas dê auxílios, mas sim que proporcione melhores condições de vida para os desempregados e para aqueles que não conseguem pôr comida na mesa para seus filhos”, diz Rodrigo.

Para a vendedora Lucia Duarte, 47 anos, também de Nilópolis, é muito importante que as pessoas analisem o histórico pregresso dos candidatos e acredita na reeleição de Bolsonaro.

“Tiveram muita má vontade com ele desde o começo. Isso atrapalhou seu trabalho. Ainda bem que nunca deixou se abater pelas críticas e governou da melhor forma possível, e muitos brasileiros reconhecem isso. Espero que ele ganhe”, explica.

A psicóloga e professora universitária Edna Lúcia Tinoco, 54 anos, da Tijuca, se emocionou ao começar a falar sobre todo o “desmonte” efetuado por Bolsonaro em seus quatro anos de governo. “Impossível não chorar”, comenta.

A psicóloga Edna Tinoco, à esquerda, e sua sobrinha, não se furtaram a usar as cores vermelhas e adesivos de seus candidatos. “Precisamos nos colocar”, diz. (Foto: Daniela Oliveira/Agência UVA)

“Trabalho em uma universidade pública e vi de perto como a educação deixou de ser priorizada no governo Bolsonaro, muito diferente das gestões anteriores, quando o PT esteve no poder. Faz muita diferença uma política pública bem executada. Em ambos governos de esquerda, muitos jovens acessaram a universidade pública, a pós graduação e bolsas de pesquisa a partir de uma política pública forte na área da educação. Só assim vamos acabar com um Brasil desigual”, diz ela.

A cabeleireira Leozine Souza, de 68 anos e também tijucana, tem esperanças de que seu capitão seja eleito no primeiro turno. Para ela, todas as pessoas têm defeitos e qualidades e com o atual presidente não é diferente.

“Bolsonaro foi muito injustiçado, especialmente durante a pandemia. Como ele, também não me vacinei contra a Covid-19, porque percebi que minha alergia poderia atacar com a vacina, mas sempre incentivei outras pessoas”, afirma. Leozine diz que seus sentimentos de patriotismo foram aflorados mais recentemente, após o impeachment de Dilma Rousseff (PT).

A cabelereira tijucana Leozine Souza ficou em dúvida se usaria verde e amarelo no dia das eleições, mas acabou aderindo, inclusive à bandeira do Brasil. (Foto: Daniela Oliveira/Agência UVA)

“Fico até emocionada por usar o verde amarelo e as cores da bandeira. Tudo por minha pátria”, revela Leozine .

Em Rio das Ostras, o aposentado Adel Carlos, 69 anos, fez questão de votar e também está esperançoso por dias melhores. “Como cidadão brasileiro sempre busquei uma sociedade mais fraterna, mais igualitária. Espero de coração que meu voto contribua para isso”, diz ele, que trabalha nas eleições como fiscal do Partido dos Trabalhadores (PT).

Para Neemias Silva de Souza, 47 anos, agente administrativo também de Rio das Ostras, a pandemia prejudicou muito a economia do País, bem como a gestão de Bolsonaro, em quem votou. De qualquer forma, o eleitor reconhece melhoras apesar dos acontecimentos recentes.

“Espero que agora melhore ainda mais, se não acontecer algum imprevisto no meio do caminho”, revela.

A professora do Ensino Fundamental, Liliane de Melo Marques, 53 anos, de Santa Cruz, também está esperançosa com as eleições.

“A sociedade está muito massacrada, precisamos de dias melhores. Como já vivi algumas eleições anteriores, percebo que o povo tem votado com mais consciência, não acontece tanta compra de votos como no passado. As pessoas estão mais interessadas em política, procurando pesquisar mais sobre seus candidatos, então, vejo essas eleições com muito otimismo”, declara. A professora acredita no poder do voto.