Cidade

Cresce o número de milícias na região metropolitana carioca

Instituto Fogo Cruzado divulga dados atualizados sobre o crescimento de grupos armados na região metropolitana carioca

Responsável pelo monitoramento de crimes armados e voltado para a disseminação de informações à respeito do crescimento das milícias e de outros grupos armados nas metrópoles do Rio de janeiro e de Recife, o instituto “Fogo cruzado“, em parceira com o Grupo de Estudos de Novos Ilegalismos (Geni/UFF) divulgou na última semana um material atualizado que simboliza um enorme progresso realizado pela equipe e também para a sociedade carioca: O Mapa dos Grupos Armados da Região Metropolitana do Rio de Janeiro monitorados de 2006 a 2021.

Na newsletter (revista mensal) assinada pelos leitores da plataforma, além do anúncio dessa mais nova e atualizada edição do material, os leitores receberam também dados importantes e que falam muito a respeito do preocupante crescimento dos grupos armados na região metropolitana do Rio.

Os mais recentes levantamentos feitos pelo instituo apontam um avanço significativo desses grupos. Estipula-se um crescimento no aumento de regiões comandadas por grupos armados que, atualmente, dobra o número de regiões dominadas no período entre 2006 e 2008, totalizando o que o instituto trabalha como aproximadamente mais de 510,00km² da região metropolitana do Rio de Janeiro sendo comandada por grupos armados.

Em conteúdo divulgado no site do instituto, o crescimento de áreas dominadas por grupos armados é o grande destaque (Foto: Instituto Fogo Cruzado)

Nas ilustrações abaixo, produzidas pela Agência UVA, estão exemplos práticos das expansões territoriais dos grupos armados, das mudanças de comando ocorridas em um mesmo território e da evolução na forma como se expandem esses grupos, em especial as milícias.

Ilustração feita pela Agência uva, a partir do mapa do instituto, retrata, em azul, o aumento do comando da milícia em uma mesma região no período de 2006 até 2021

O crescimento das áreas tomadas por milícias é, também, explicado pelas pesquisas do instituto.  O “ganho de território” se dá, principalmente, pela tomada de áreas que simplesmente não eram comandadas por nenhum outro grupo armado, ou seja, não é necessário o confronto com outros grupos. Esse fenômeno é identificado na maioria dos casos de expansão territorial miliciana. Entretanto, também é possível notar que, quando há confronto, a milícia é capaz de sair vitoriosa.

Ilustração da Agência UVA mostra um real exemplo de uma região que, ao longo dos anos, passou por mudança de comando entre milícia (azul) e facção (vermelho)

O campo de atuação policial foi citado como um dos fatores que contribuíram para a expansão das milícias em relação a outras facções. Segundo o Fogo Cruzado, a atuação das forças de segurança na Zona Oeste carioca (região em que mais houve avanço territorial miliciano) é menor que em outras partes do Rio, o que contém o crescimento de outros grupos armados somente em algumas áreas, e gera lacunas geográficas em outras.

Nas redes sociais, a divulgação dos dados e do mapa de controle dos grupos armados foi pauta. Ela foi, também, um termômetro de como a população se sente com o crescimento do domínio desses grupos. O jornalista André Gallindo comenta a insegurança que os dados do mapa representam.

No link abaixo você acessa os relatório atualizado disponibilizado pelo instituto:

Áreas dominadas pelas milícias cresceram 387% em 16 anos (fogocruzado.org.br)

Foto de capa: Instituto Fogo Cruzado

Reportagem Juan Julian, com edição de texto de Gabriel Folena

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4 comentários em “Cresce o número de milícias na região metropolitana carioca

  1. Matéria excelente!!!

  2. Excelente conteúdo!

  3. Isso mostra a eterna realidade de que os menos atendidos pelo Estado, em todas as necessidades, nesse caso a SEGURANÇA, ficam a mercê de DOMÍNIOS de GRUPOS CRIMINOSOS, não importando que seja TRÁFICO ou MILÍCIA. Fica a pergunta: Como isso pode mudar? Alguém me responda, por favor, pois gostaria de ver a sociedade liberta de UM e DE OUTRO.

  4. Pingback: Ministro Flavio Dino comenta sobre dados da violência armada em visita à Maré | Agência UVA

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