Álbum de figurinhas da Copa 2022 tem o preço mais alto dentre todas as edições

Desde que começou a circular no fim do mês de agosto, o álbum de figurinhas da Copa do Mundo esteve entre os assuntos mais comentados da internet. Em parte, porque a sua chegada é sempre esperada às vésperas do torneio mundial, e em parte por um outro fator que pôs o álbum como foco de debate econômico e até político: o preço.

Cada pacote de figurinhas (contendo 5 unidades) custa, atualmente, R$ 4. O álbum em si está na casa dos R$ 12, e sua versão em capa dura passa dos R$ 40. Mesmo com o peso afetivo ou o “gosto de infância” que pode fazer parte da experiência de completar o álbum, fãs e colecionadores não deixaram de lado o fato de que os mesmos pacotes de figurinhas, em outras edições do mundial, já foram comercializados por R$ 1.

Pela internet, diferentes opiniões sobre o assunto vêm surgindo:

Isso sem contar o preço absurdo de 4 reais por pacotinho, o que era um programa pra toda família virou uma brincadeira elitizada, onde só participam o pessoal que tem dinheiro de sobra
— Kobe Brasil (@BrasilKobe) August 27, 2022

Considerando o conturbado contexto político em que o país se encontra e a atual crise econômica do País, para muitos torcedores o valor do pacote foi encarado como um “afastamento” do produto de parte do público consumidor, e até da classe que é culturalmente conhecida por ser uma importante base no nosso celeiro esportivo: a periferia.

Queria dar um álbum da Copa pros meus filhos, mas vi que completar o álbum vai ser em torno de 1 salário-mínimo. Cês já pensaram que nenhuma criança da periferia/favela vai ter álbum nessa Copa do Mundo? Nossas crianças não têm direito nem ao que só existe por causa da periferia+
— Poliana Martins (@PoliMartins_) August 28, 2022

Nathan de Souza (24), cultivou desde menino o hábito de colecionar as figurinhas de futebol, e tem por “trunfos” os álbuns da Copa do Mundo de 2018 e do Campeonato Brasileiro de 2008. O estudante reclama do preço mas ressalta que, no seu caso, o forte hábito de criança não permitiu que ele deixasse de colecionar as figurinhas desse ano:

“O preço desmotivou mesmo. De início fiquei desanimado, mas vi amigos fazendo um esforço para completar. Como fiz isso desde criança, aquela coisa de trocar figurinhas e tudo mais, não pude ficar de fora”, conta.

Mesmo se tratando de um produto que traz uma bagagem afetiva grande, de toda uma geração que teve seu tempo marcado pelo álbum e suas figurinhas, o preço parece ter atrapalhando a experiência.

Foto de capa : Pixabay

Repórter Juan Julian com edição de texto de Gabriel Folena