Irmão e sócio de Emicida, Evandro Oliveira, o Fióti, CEO do Laboratório Fantasma, hub de entretenimento, gravadora, editora, produtora de eventos e marca de streetwear, é um entusiasta da união entre o universo musical e o dos games. Para ele, a música, especialmente a brasileira, demorou a se associar a um dos maiores mercados mundiais de entretenimento.
“Estamos chegando tarde, mas pelo menos chegamos. A pandemia acelerou isso, pois foi a partir dela que passamos a nos relacionar com os jogos de uma perspectiva de produtores musicais e não só como jogadores”, disse ele, durante a mesa “Música no metaverso”, na última quinta-feira (28), no Rio2C, o maior evento de criatividade da América Latina.
Para quem não sabe, “metaverso” é um conceito que junta realidade aumentada e ambientes virtuais e que pode ser entendido como a série de vivências em espaços virtuais, mas com influência da vida real nestes espaços. No vídeo abaixo você vê um trecho de um luau realizado por Rael, outro artista do Laboratório Fantasma, no jogo Avakin Life. Dá para entender bem o conceito de metaverso a partir dele:
Na conversa no Rio2C, Fióti falava da série de iniciativas que a Laboratório Fantasma têm realizado ao lado de marcas importantes do universo dos jogos eletrônicos. Neste fim de semana (de 29 de abril a 2 de maio), por exemplo, um show de Emicida no game Fortnite, um dos jogos queridinhos da garotada, estará disponível para quem quiser curtir, jogando e dançando.
O show entrou no ar na sexta (29), a partir de 19h, no horário de Brasília, e fica disponível até segunda-feira, 2 de maio, também até às 19h.
“O Fortnite conta com cerca de 80 milhões de usuários em todo o planeta, então, é a primeira vez que um artista brasileiro canta para essa multidão de gente. É um tiro de canhão, e ter um representante do rap vindo da periferia, como o Emicida, começando a entrar neste universo, é a realização de um sonho”, contou ele.

Apesar de ver com ótimos olhos o casamento da música com os jogos, Fióti é crítico e questionador à forma não regulada na qual as empresas de redes sociais e também dos jogos podem usar os dados de seus usuários.
“Este ambiente digital precisa ser melhor regulado e isso é fato. Uma outra questão que nos incomoda é que este mercado [de games] ainda não está promovendo alguma alteração social e isso é urgente”, comentou Fióti, pensando em como a indústria dos jogos pode impactar a pobreza e a desigualdade no mundo.
Emicida no Fortnite
Para quem quiser assistir ao show de Emicida no Fortnite, o site do jogo fez um tutorial. Cada apresentação na Série Onda Sonora é marcada por ter sua própria experiência interativa, incluindo o show do Emicida. A experiência interativa do Emicida, criada por BertBuilds, Paradox Builds e Zen Creative, é baseada na história de vida do rapper e em como isso influenciou sua música. A setlist inclui alguns dos seus maiores sucessos e conta sua trajetória de vida, que começou em Jardim Cachoeira, no norte de São Paulo, até se tornar um dos rappers mais famosos do Brasil e de renome mundial.
Foto de capa: Fortnite
Daniela Oliveira é jornalista, Mestre em Comunicação, professora e Coordenadora da Agência UVA.
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