Na primeira semana de março o Brasil realizou, por meio de ação da Força Aérea Brasileira (FAB), uma expedição para Varsóvia, na Polônia, com o intuito de distribuir materiais de ajuda humanitária e efetuar o resgate de refugiados da guerra entre Rússia e Ucrânia. Brasileiros e estrangeiros foram levados para Brasília como destino inicial do refúgio.

Para Taissa Amaral, internacionalista, a medida é fruto da postura do Brasil enquanto nação amiga, prestando apoio diplomático aos países que estão em conflito. “Isso pode ser observado tanto no acolhimento de refugiados, quanto no envio de suprimentos (desde medicações até alimentos), cumprindo assim seu papel de ajuda humanitária”, diz ela.
Além do resgate é preciso dar dignidade para que as mesmas possam ter condições de seguirem suas vidas. É o que explica o professor e sociólogo Vinicius Fernandes. Para o especialista, é preciso uma política de acolhimento inicial, com a possibilidade de emissão de vistos. Em seguida, o acompanhamento com a assistência social.
“Em caso como estes, primeiramente, ocorre a procura por parentes ou familiares que possam recebê-los no país. Em seguida, se existem famílias brasileiras dispostas a receber estes refugiados para um primeiro acolhimento. Depois, ocorre o cadastro no Sistema Único de Assistência Social (Suas) para que estes refugiados possam ter asseguradas políticas mínimas de sobrevivência”, explicou Vinicius.

Ele também ressalta que há no Brasil um programa para a recolocação profissional de refugiados, chamado Programa de Apoio de Recolocação para Refugiados (Parr), que é vinculado a agências da União das Nações Unidas (ONU).
De acordo com os especialistas, dentro dos conflitos armados o Brasil preza por uma postura pacifista, de auxiliar as nações envolvidas a partir da manutenção da paz.
Taissa comenta sobre a política de atuação das embaixadas brasileiras diante esse tipo de cenário.
“O relacionamento em conflitos como esse (entre Rússia e Ucrânia) é feito por meio de oferecimento de auxílio e apoio. Nossa diplomacia se baseia em prestar solidariedade aos países necessitados”, comenta.
Segundo ela, corredores humanitários, zonas neutras e de cessar-fogo são fundamentais para o recebimento de ajuda durante o período de guerra. Por meio dessas medidas, os refugiados conseguem se retirar de determinado país.
“Esses corredores humanitários e zonas neutras são áreas de passagem de civis, medicamentos, alimentos e qualquer tipo de ajuda humanitária para quem se encontra em necessidade. Eles podem ser negociados por organizações internacionais, pelo governo local ou pressão popular”, explica a internacionalista.

O jornalista brasileiro Luis Trindade (24) esteve na Rússia durante o início da guerra e, embora tenha conseguido preservar sua segurança durante todo esse tempo, relatou a atmosfera do país durante o conflito:
“Consegui ver uma movimentação de tanques e soldados, e o clima era bastante tenso. A propaganda (de guerra) do governo era bem forte”, conta.

O jornalista, que já se encontra longe dos perigos da guerra, conseguiu ser deportado do país. Após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciar sanções a Rússia, Luís planejou uma forma de conseguir ser retirado de solo russo, conforme relata:
“Fiquei com medo de ir para uma zona pacífica e ficar sem dinheiro no caminho. A solução que encontrei foi pegar um voo para a Bielorrússia, e de lá me encaixaram em um voo para o Brasil”, conta.
Foto de capa: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Gabriel Figueiredo (3º Período), com revisão de Leonardo Minardi (7º período)
Conteúdo de qualidade.
O melhor jornalista com os melhores especialis
Muito legal!
Nossa, escreve muito bemm
Ótima notícia! Importante saber o que o governo anda fazendo pra ajudar os ucranianos necessitados.
Excelente materia, com enfoque coordenado e muito bem apresentada.
Parabéns ao Gabriel.
Pingback: Comunicação e História: palestra aponta impactos do embate entre Rússia e Ucrânia | Agência UVA
Força Ucrânia. Grande Brasil
Olá! recentemente compartilhei minhas ponderações a cerca da situação dos refugiados no Brasil.
Meu blog é novo por aqui, a intenção é compartilhar textos jornalísticos de minha autoria sobre os mais diversos temas. Se puder seguir e interagir, será de grande ajuda.