Os setores do entretenimento e da música foram um dos mais prejudicados pela pandemia do Coronavírus. Com shows e eventos presenciais cancelados, os artistas precisaram se adaptar à nova realidade e fazer tudo de maneira virtual. Aos poucos, os shows presenciais estão voltando ao redor do mundo, e o avanço da vacinação em alguns lugares pelo mundo foi fundamental para esse recomeço.
Entretanto, alguns artistas têm causado controvérsia ao se posicionarem publicamente contra o imunizante, utilizando-se de argumentos falsos e sem embasamento científico, causando revolta nos fãs e no público em geral. Nicki Minaj, Eric Clapton, Baby do Brasil e Marcelo Nova são alguns dos exemplos dos que criticaram as medidas de prevenção contra a Covid-19 e as eficácias da vacina.
Para a estudante universitária Fernanda Coutinho, 20 anos, é um desserviço o que essas pessoas famosas ajudam a propagar, pois com o alcance e a possibilidade de acesso à informação que elas têm, pensamentos como esses só reforçam ainda mais o pensamento antivacinas.
“Isso só acaba fazendo com que essa pandemia dure mais tempo, pois as pessoas não seguem as recomendações da OMS sobre cuidados básicos de higiene, principalmente sobre o uso de máscaras, que é super importante. É um absurdo pessoas com esse alcance, em vez de promover as campanhas de vacinação, ficam compartilhando fake news“, diz Fernanda.
Fernanda ainda ressalta que essas pessoas merecem sofrer impactos negativos em suas carreiras, pois é inadmissível elas compartilharem desserviços gratuitamente, pois possuem uma legião de fãs que têm nesses artistas uma inspiração para a vida.
Na análise de Cecília Seabra, Mestre em Comunicação e professora do curso de Jornalismo da Universidade Veiga de Almeida, essas pessoas deveriam acordar todos os dias e pensar na responsabilidade que cada fala delas possui, porque o público que as segue é muito grande e eles têm um grande poder de influência.
“O fato de elas acreditarem em uma coisa não significa que precisam comentar publicamente. A gente vive num tempo em que as pessoas acham querem dar opinião sobre tudo e não precisam. Aliás, para algumas pessoas ficar quieto é um favor”, explica professora de Comunicação Corporativa.
Cecília ainda ressalta a importância de influenciadores, pois conseguem chegar em pessoas menos atingidas por meios tradicionais de comunicação científica, por exemplo. Ou seja, para muitas pessoas, esses formadores de opinião “se tornam referências no acesso à informação”, diz.
“A dieta de mídia das pessoas é muito diversificada, e algumas pessoas só vão ter acesso à informação se for por meio desses influenciadores. Quando um influenciador desse fala, para o bem ou para o mal, ele às vezes está sendo a única fonte de informação de uma pessoa, ou de um grupo de pessoas, olha o tamanho que isso representa”, finaliza.
Se quiser ler mais sobre o movimento antivacina no mundo, o Nexo fez um ensaio bem completo sobre. Para ler, acesse aqui.
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Maria Eduarda Duarte – 6° período
Com revisão de Aline Meireles – 4° período
Foto por Licença Creative Commons
Agência UVA 
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