Na última terça-feira (27) pelo menos três cidades do Rio de Janeiro suspenderam a aplicação da segunda dose contra a Covid-19 por falta de vacinas da CoronaVac e da AstraZeneca. Populares mostram sua insatisfação pela demora no processo de imunização, e especialista comenta sobre o impacto desse atraso na proteção dos moradores.
A correspondente bancária, Denise de Oliveira Nobre, 52 anos, é moradora de Maricá e exprime que ainda não tomou as duas doses. A correspondente reclama das longas filas de espera, e da falta de disponibilidade das vacinas.
“Ainda não fui imunizada, as filas sempre estão cheias. Gostaria de me sentir segura em relação à pontualidade de acordo com o calendário, porém, infelizmente está ocorrendo atrasos por falta da disponibilidade das vacinas”, afirma Denise.
Helena Barreto Soares, de 53 anos, é ex Oficial da Justiça e moradora do bairro da Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Helena diz que ainda não tomou a segunda dose e espera que a distribuição das vacinas seja regularizadas.
“Ainda não tomei a 2º dose. No dia 15 de Abril tomei a 1º dose da AstraZeneca e marcaram a 2º dose para o mês de julho. Espero que que a distribuição das vacinas se regularize, pois só com reforço da segunda dose teremos mais anticorpos contra a Covid”, expressa Helena.

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Conforme o doutor Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), as pessoas não ficarão completamente imunizadas até que terminem todo o esquema de vacinação, o que inclui o recebimento das duas doses.
“Assim como acontece com qualquer vacina que exija mais de uma dose, a proteção ideal só é obtida quando todas as doses indicadas foram aplicadas idealmente no prazo recomendado na bula de cada vacina”, expressa o presidente da SBIm.
De acordo com o secretário Daniel Soranz, da secretária Municipal de Saúde, as aplicações das vacinas só voltarão com as chegadas das novas doses . A cidade do Rio ainda tem doses para a segunda aplicação, mas os estoques estão perto do limite.
“Essa foi a primeira vez que o Instituto Butantan falha nessa remessa de doses, foi um problema na cadeia de produção. Mas já tá previsto chegarem novas doses nos dias 3, 9 e 10. Tem novas remessas para chegar do Instituto Butantan junto com o Ministério da Saúde”, disse Daniel Soranz.
Em suas redes sociais, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro anunciou que será aberto mais um ponto de vacinação contra a covid-19 na cidade.
Ministro da Saúde admite dificuldade:
Na segunda-feira (26) participando de uma sessão da comissão do Senado que discute medidas de combate à doença, o Ministro da Saúde admitiu que há dificuldade no fornecimento de vacinas para aplicação da segunda dose da CoronaVac.
“O que tem nos causado certa preocupação a CoronaVac, a segunda dose. Tem sido um pedido de governadores, de prefeitos, porque, se os senhores lembram, cerca de um mês atrás se liberou as segundas doses para que se aplicassem. E agora, em face de retardo de insumo vindo da China para o Butantan, há uma dificuldade com essa 2ª dose”, declarou Queiroga no Senado.
De acordo com o Instituto Butantan, que fabrica o imunizante, a aplicação da segunda dose deve ocorrer em um intervalo de 14 a 28 dias em relação a primeira.
O Ministério da Saúde afirmou que o que vale é o que está na bula da vacina, mas, caso ocorram atrasos, a recomendação é que o esquema vacinal seja completado o mais rápido possível, sem ser necessária a reaplicação da primeira dose.
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Mateus Almeida Marinho- 8º período
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