Segundo o Banco Central, o Brasil registrou um aporte financeiro de U$6.9 bilhões em Março de 2021. Essa quantia representa o investimento estrangeiro feito na economia brasileira, sendo esperada para esse ano a arrecadação de um valor maior do que os U$ 34 bilhões recebidos em 2020. Para repercutir o tema, a Agencia UVA conversou com especialistas e populares, a fim de uma melhor contextualização dos impactos causados por esses números.
Apesar de o capital estrangeiro investido ter uma importância significativa, é necessário ter uma perspectiva maior na hora de se interpretar os efeitos do mesmo, conforme a explicação de Otto Guilherme Gerstenberg Junior, economista Coordenador do curso de Ciências Econômicas da UVA e Doutorando em Ciências Econômicas:
“O montante é significativo, porém, é importante analisar o investimento sob uma perspectiva temporal, verificar se representa uma variação positiva ou negativa. E diante da análise de cenário, percebemos uma variação negativa, a primeira após nove meses seguidos de alta, uma vez que foram retirados R$ 2.1 bilhões do mercado, muito por conta da baixa do setor industrial e da crise do Coronavírus”, elucida o professor.
Otto também faz uma importante ressalva quanto à segurança do trabalhador ao explicar o funcionamento do investimento estrangeiro e sua importância para o fomento do mercado:
“O investimento estrangeiro beneficia o trabalhador comum, pois favorece o crescimento econômico, visto que viabiliza e impulsiona grandes empreendimentos de infraestrutura, construção civil e até a abertura de novos negócios e filiais. Contudo, é essencial ponderar sobre a sustentabilidade no crescimento do investimento estrangeiro no médio e longo prazo, posto que o país necessita de vacinação, reformas econômicas e previsibilidade política com segurança jurídica para conservar a perspectiva positiva”, pondera o especialista.
A necessidade de vacinação, bem como outras políticas públicas também é reiterada pela assistente social Izabel Cristina Vieira de Araújo Lima, que dissertou sobre a ação governamental durante a pandemia:
“A única saída que vejo para minimizar o atual quadro de vulnerabilidade social da grande maioria da população é defender a vacinação para todos, a luta em defesa do SUS público e universal, e também lutar por políticas de Assistência Social”, destaca Izabel.
Ela também esclarece a ação do governo no direcionamento da verba para o atendimento das necessidades básicas da população que hoje conta com cerca de 14% de desempregados, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE):
“A pandemia e a falta de investimentos em políticas públicas só agravou o quadro de vulnerabilidade que já vivia grande parte da população. O que a pandemia fez foi tornar este quadro mais visível. Uma das saídas para essa situação seria a adoção um programa de transferência de renda mínima para todos”, coloca a assistente social.
O resultado de todo esse contexto é sentido pelo brasileiro, principalmente na hora do consumo, conforme demostra a fala de Ana Carolina de Oliveira Figueiredo, que atualmente trabalha como professora particular de português e línguas estrangeiras:
“Todas as vezes que precisamos fazer compras ou pagar uma conta, preços continuam aumentando e nunca diminuindo. Aliás já faz muito tempo que não vemos um preço justo”, lamenta a professora.
LEIA TAMBÉM: Decisão do STF para que governo implemente a renda básica nacional deve sair em 2022
Gabriel Figueiredo – 1º Período
Pingback: Corte de verbas no Orçamento de 2021 provoca mudança no Censo Demográfico | Agência UVA