Sociedade

Casos recentes de violência contra crianças reascendem alerta na população

Os casos de Henry e Ketelen expõem a importância em tomar providências diante de maus-tratos e abusos contra crianças e adolescentes

O assassinato do menino Henry Borel de apenas 4 anos, ocorrido no dia 8 de Março deste ano, trouxe grande repercussão acerca das agressões contra menores. Assim como a morte da menina Ketelen Vitória, de 6 anos na madrugada do último sábado (24), violentada pela mãe e pela madrasta.

Nas redes sociais, usuários lamentam o triste destino das crianças, que independente de terem ou não filhos, se sentem comovidos com a situação. Outros também demonstram indignação com os agressores, e com os detalhes do caso.

A Psicóloga Ana Paula Areias de Amorim explica que a semelhança dos acontecimentos ocorre em razão da violência infantil e, que isso demonstra as atitudes e sentimentos de perplexidade do público. Com isso, é possível entender todo o processo de como se deve seguir para reparar possíveis erros contínuos quanto ao comportamento da criança.

“Através da observação do comportamento infantil, não há como afirmar com convicção se a criança sofre da violência familiar. Para isso, é necessário estabelecer um vínculo com a criança e estudar os possíveis sinais que ela dá por ter sido violentada. A recorrência é feita, primeiramente, convocando os pais para uma conversa informal e, ao ver que de nada está adiantando, a abordagem é realizada através de uma notificação ao Conselho Tutelar”, aponta Ana Paula.

Conforme estudos divulgados pela Fundação para a Infância e Adolescência (FIA), as faixas etárias mais atingidas estão inseridas dentre os menores de 11 anos, pela ocorrência de maus-tratos e abusos. A FIA analisa, sobretudo, a dificuldade que uma criança tem de se portar frente às situações, não apenas pelas agressões, como pelo assédio sexual.

Os movimentos de hostilidade podem não ser perceptíveis aos familiares, o que torna cada vez mais difícil a identificação do problema. Para a Assessora Técnica da FIA, Adriane Sadroza, o público infantil tem dificuldade de criar alertas aos familiares, ao contrário do público adolescente, no qual é possível levantar suspeitas quanto à violência e torturas.

“As crianças menores são mais vulneráveis por terem menor possibilidade de defesa. Uma criança mais velha e maior pode sair correndo, pode pedir ajuda com mais facilidade e reportar a violência para outras pessoas. Vai ser mais difícil manipular essa criança para ela manter um segredo com ameaças”, enfatiza Adriane.

Criança sofrendo de maus-tratos em decorrência da violência familiar doméstica (Foto: Artur Ferreira)

Segundo o advogado Hélio Felipe da Silva, toda violência atribuída à criança, está submetida à penalidade do agressor, conforme previsto em lei, o que pode gerar a suspensão da autoridade parental e a perda da medida protetiva sob a guarda do menor.

“A violência doméstica, quando incide sobre crianças, pode ser identificado na ação ou omissão (violência ou negligência), praticado pelo adulto responsável ou com poderes de cuidado sobre a vítima. Essa forma de violência causa alguns tipos de danos, sendo eles emocionais e psicológicos à vítima, prejudicando assim o normal crescimento da criança que passa por tal abuso”, afirma Hélio Felipe da Silva.

O advogado explica que a proximidade e a confiança estabelecidas entre um especialista e uma criança ou adulto torna-se fundamental para o processo. “Muitos adultos que, juntamente ao menor, sofrem com tal abuso, não manifestam posições diante de condutas perpetradas no âmbito familiar, com medo de consequências que podem sofrer”, acrescenta Hélio Felipe da Silva.

A Assistente Social Daniela Carvalho, destaca que é preciso pais, mães ou responsáveis legais, buscarem uma maneira de criar relações positivas com seus filhos, a fim de dar o suporte necessário para que se possa evitar as inúmeras tragédias baseadas na violência.

“Uma criança não entende o que está acontecendo quando sofre de violência, seja ela psicológica ou física. Ela vai manifestar através de choro, medo, insegurança e sono irregular. Cabe aos pais ou pessoas da rede de apoio social e suporte (escola, demais familiares, amigos, psicólogos ou médicos em geral), estarem de olho nesses sintomas”, comenta Daniela Carvalho.

A Professora e Psicóloga Jacqueline Miranda, cita a importância da escola para orientação, tanto para os pais, quanto para as crianças e adolescentes. “A escola pode oportunizar momentos de reflexão para atingir os pais, por intermédio de encontros e reuniões, pautando estratégias para conduzir seus filhos da melhor maneira”, justifica Jacqueline Miranda.

A professora enfatiza a dificuldade das crianças em pedir ajuda, e em discernir tanto sobre pedir ajuda quanto à própria violência, o que demonstra ainda mais a necessidade de estar atento. “O conhecimento que a criança tem, geralmente, vai de encontro com aquilo que é passado para ela, podendo ser até mesmo, com um viés ruim em função daquilo que ela aprende, mediante às agressões de seus responsáveis”, conclui Jacqueline.

Com os seguintes cuidados e muita atenção, é possível proteger crianças e adolescentes em situações de perigo. Como é previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) sancionado em Julho de 1990, pela LEI Nº 8.069. A partir disso, foram criadas linhas de denúncia para esse tipo de violência, tanto pelo Portal do Disque Denúncia, quanto por telefone, como o Disque Direitos Humanos pelo número 100.

Luiz Guilherme Reis – 1º Período

Sob supervisão de: Bárbara Souza – 8º Período

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