Economia Geral

Com a economia do país em baixa, setor de alimento sofre com preços elevados

Valores assustam consumidores no período de pandemia, e recuperação econômica ainda deve levar tempo

O mercado brasileiro atualmente vive em um dos seus maiores colapsos. Boa parte dessa crise financeira é devido também à paralisação de muitos setores por causa da pandemia do novo coronavírus que assola o mundo há mais de dez meses. Para quem faz compras no mercado, os valores das carnes assustaram. Populares e especialista comentam sobre a fase que o Brasil vive neste período.

Para o professor da Área de Gestão da Universidade Veiga de Almeida (UVA), Durval Meireles, o Brasil já vem com déficit nas contas e não é de hoje atrasando os pagamentos e prejudicando alguns setores: “Isso (atraso nos pagamentos) favorece as importações e não favoreceu os exportadores. Com a crise, o Banco Central também não pôde ficar defendendo o câmbio toda hora. E o câmbio brasileiro que é um pouco desvalorizado. Com a crise, todas as moedas internacionais desvalorizaram e o Banco Central não vai ficar vendendo reserva para segurar o câmbio toda hora, ele intervém quando há uma especulação muito grande”, comenta.

Para o professor, os aumentos nos preços tem muito a influência da pandemia onde foi necessário a quarentena, fazendo o consumo ser maior do que o costume: “As pessoas ficaram mais em casa, e isso só aumenta muito o consumo de alimentos, especialmente no caso esse mercado de bens essenciais. Então houve uma demanda muito grande não só de alimentos, como de remédios também. Mas mais de alimento as pessoas passaram a fazer sua própria alimentação em casa, com isso também diminuíram muito os custos”, aponta Durval.

“A demanda aumentou muito mais do que a oferta, e a oferta não estava preparada”

Durval Meireles sobre o consumo excessivo de alimentos nessa pandemia.

Durval comenta sobre o governo ter liberado e gerado as tarifas de importação de arroz e feijão, por exemplo, para que entre no país e possa aumentar a oferta desses produtos. O economista fala a cerca de um resultado positivo para a vacina e a expectativa do mercado daqui pra frente:

“A gente já está no novo normal, as pessoas estão se acostumando a sair menos e se alimentar mais em casa. Então a tendência é que o consumo desses produtos essenciais, basicamente a alimentação, continue alto e os preços também. Evidentemente isso não vai durar para sempre, mas a tendência é a gente ter uma inflação um pouquinho maior. Mas acredito que não só a recessão, como toda a crise, não vai acabar ano que vem. Então problemas de grande inflação, eu acho que o Banco Central tem instrumentos para conseguir controlar”, relata.

Mesmo que saia a vacina, Durval acredita que aos poucos o mercado possa voltar, mesmo que demore. O que gera um alerta para quem se encontra desempregado por causa da pandemia: “A economia brasileira tem dado de desemprego muito elevado. Gera uma ociosidade, exceto esses setores mais essenciais do comércio. E vai demorar para se recuperar. Evidentemente, se sair a vacina, melhora um pouco. O ano que vem a economia retoma um pouco. Esse ano vai cair 5%, o ano que vem, se crescer 2 ou 3%, já vai ser bom. Mas a gente teve uma queda muito grande. Nós estamos com números muito grande de pessoas físicas inadimplentes, de micro e pequenas empresas precisando de ajuda, enfim. Vai demorar! No caso do mercado financeiro, como a taxa de juros caiu muito, o setor de mercado de ações, esse tende a se beneficiar. Então quem tem dinheiro, pode pegar seus recursos e investir no mercado. Mas a economia de um modo geral, vai demorar de dois a três anos para se recuperar”, comenta Durval, que diz também os valores pagos do auxílio emergencial, influenciaram também nos aumentos. Mas crê que o governo irá elaborar uma nova forma de auxílio.

Para a aposentada Márcia Carvalho, que costuma ir ao supermercado, os preços assustaram principalmente nas carnes: “Eu já tinha visto que os valores já tinham mudados, mas uma carne de segunda que era quinze reais no máximo, eu paguei quase o dobro. Isso é inadmissível!”, reclama.

Sobre as expectativas de ter os preços normalizados, Márcia não acredita muito: “Aos poucos vão mudando os preços e raramente diminuem. Ter o óleo de cozinha a quase dez reais e o arroz que vimos na casa dos quarenta (reais) o pacote de 5kg, é preocupante com quem é aposentado e com quem não tem nem emprego”, finaliza Márcia.

Nas redes, a revolta dos internautas com os valores da carne, de primeira e segunda é bem nítida. O que era uma tradição para as famílias, o churras de domingo, começa a ficar mais raro com os valores em constante crescimento, principalmente nesse período de pandemia.

O Brasil ainda enfrenta grandes problemas por causa da Covid-19. Os casos passam de 5 milhões e estima-se que os óbitos podem passar da casa dos 200 mil. O desemprego também foi um dos revés que atingiu a população. Segundo o O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação fechada no trimestre em setembro foi de 14,6% em 2020.

Hudson Lisboa – 7° período

2 comentários em “Com a economia do país em baixa, setor de alimento sofre com preços elevados

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