Hoje é celebrado o Dia Nacional da Língua Portuguesa. A escolha dessa data é uma homenagem ao Ruy Barbosa, escritor e político brasileiro considerado um grande estudioso da Língua, nascido em 5 de novembro de 1849. A data passou a ser comemorada em 2006, a partir do decreto de lei nº 11.310.
O Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística (IPOL), publicou no ano de 2020 em seu site, um diagrama do WordTips gerado com dados do Ethnologue, onde revela que a Língua Portuguesa é a nona mais falada em todo o mundo, com 234.168.620 falantes.
A maior palavra registrada pelo Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, é a pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, com 46 letras e descreve o indivíduo com doença pulmonar causada pela inalação de cinzas vulcânicas. Uma outra curiosidade é que a Língua Portuguesa também é no dia 10 de junho, em Portugal (berço do idioma português). Essa escolha foi feita para homenagear o autor de Os Lusíadas, o ilustre poeta Luiz Vaz da Camões, que faleceu neste dia no ano de 1579.
A Língua Portuguesa vai muito mais além do que aprender as regras gramaticais. Na verdade, as regras nos auxiliam para escrevermos e nos comunicarmos melhor, mas de acordo com a uma pesquisa realizada pelo PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua de Educação, a taxa de analfabetismo no Brasil é de 6,6%, em 2019, que representa cerca de 11 milhões de pessoas.
Existem muitas formas de preconceito, mas a menos falada é o preconceito linguístico, geralmente em direção às classes sociais menos favorecidas. A Agência UVA realizou uma entrevista sobre algumas questões importantes a respeito desse assunto e outras questões ligadas à Língua Portuguesa com a Coordenadora do curso de Letras da Universidade Veiga de Almeida, Flávia Cunha.
Confira a conversa realizada à distância.
Agência UVA: Para você, existe preconceito com pessoas que não dominam a Língua Portuguesa, seja na linguagem escrita ou falada?
Flávia Cunha: Infelizmente! Existe muita discriminação com a maneira de falar das pessoas. É como se o conhecimento da gramática normativa estabelecesse uma régua de diferenciação e exclusão social.
Agência UVA: Qual é a importância da língua portuguesa no processo de formação dos indivíduos? Flávia Cunha: A língua é um importante recurso de interação verbal na forma de discurso. Seu uso auxilia o posicionamento do sujeito diante do mundo em que está inserido.
Agência UVA: No campo profissional, você poderia citar a importância da Língua? Flávia Cunha: É interessante dizer que a importância da língua portuguesa perpassa a aprendizagem das regras de gramática. Além de saber o uso correto desta ou daquela regra, torna-se relevante ter a noção de adequação da língua em cada contexto. Dominar a língua portuguesa vai de escrever para o outro a saber “ler” as mensagens dos outros e interpretá-las da melhor maneira para que não haja “ruídos” na comunicação.
Agência UVA: Dicas que você poderia citar para quem quer falar e escrever de forma correta? Flávia Cunha: Primeiramente, é importante destacar que pensar que o conhecimento de gramática possa trazer a garantia de falar e escrever bem é um mito. De acordo com Marcos Bagno (1999), grandes escritores como Rubem Braga, Drummond e Machado de Assis não estudaram gramática tanto assim para escreverem livros e textos tão importantes para a própria literatura brasileira. Escrever e falar bem é um processo que exige prática e que envolve muito mais do que o que vou sugerir, mas vou tentar dar alguma dicas que possam ser úteis. É importante ler sempre e muito. Independentemente do gênero, leia. Escreva e fale sobre temas que você domine. É mais difícil falar e escrever sobre o que não conhecemos. Converse e troque ideias com outras pessoas que tenham o interesse que você e, acima de tudo, não tenha medo de escrever e nem tão pouco de falar o que pensa. Se for preciso, procurem pela ajuda de um professor ou professora que possa acompanhar sua trajetória.
Agência UVA: – Existem palavras que possuem o mesmo som, mas grafia diferente. Poderia nos explicar melhor e citar exemplos? Flávia Cunha: Chamamos essas palavras de homófonas. Por serem pronunciadas de forma igual, mas trazerem significados e escritas diferentes, é bem possível que haja falta de compreensão se usarmos uma palavra e não a outra. De qualquer maneira, todo uso de palavras vem acompanhado por um contexto que pode ajudar a esclarecer as diferenças e dificuldades na maioria das vezes. Por isso, analise e reflita sobre o contexto do uso das palavras em questão.
Bom exemplo para esclarecer sobre o tema são as palavras Sessão/seção/cessão.
1. Vamos ao cinema? Na sessão das 22h? (apresentação)
2. Nas próximas eleições, é importante sabermos, antecipadamente, o local de nossa seção eleitoral. (divisão)
3. O aluno permitiu a cessão de seus dados para a pesquisa. (cedência)
Alessandra Borges – 8º período
Revisão: Bárbara Souza
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