A Real Academia Sueca de Ciências anunciou nesta terça-feira (06) os ganhadores do Prêmio Nobel de Física deste ano. Os cientistas Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghez vão dividir o prêmio pelas contribuições e descobertas sobre buracos negros. Tanto a notícia da premiação quanto os achados renderam reações nas redes sociais e na comunidade científica.
O britânico Roger ficará com metade do prêmio pela descoberta de que a formação de buracos negros é feita a partir da teoria da relatividade de Albert Einstein. Já o alemão Reinhard e a americana Andrea vão dividir a outra metade por terem descoberto um objeto compacto supermassivo no centro de nossa galáxia. Um buraco negro supermassivo é, hoje, a única explicação conhecida para isso.
A Pós-doutora em Astronomia e professora adjunta do Observatório do Valongo da UFRJ, Karín Menéndez-Delmestre, explica que o buraco negro é uma região muito compacta e tão massiva, com uma força gravitacional tão grande, que nem a luz escapa. Karín conta a importância dos achados para a comunidade científica.
“Saber que tem um buraco negro no centro da nossa galáxia e ter a sua massa calculada, e as estrelas ao redor mapeadas, foi um grande salto no conhecimento da humanidade. Da mesma forma que descobertas como essas só foram possíveis por conta de achados anteriores, essa também será para descobertas futuras”, afirma Karín.
A astrofísica que tem como foco principal do seu trabalho a formação e a transformação das galáxias, e venceu o prêmio L’Oréal UNESCO ABC Para Mulheres na Ciência, em 2015. A estudiosa conta do sentimento das descobertas e da entrega do prêmio sobre os buracos negros para os demais especialistas da área.
“Foi muita emoção! Eu trabalho com galáxias com essa coexistência de buracos negros supermassivos em pleno crescimento, e foi bem empolgante! É muito inspirador ser astrofísica nesses tempos, pois é uma era de muita revolução científica atrelados a combinação de criatividade e uma revolução tecnológica instrumental”, completa Karín.
Andrea Ghez é a quarta mulher na história do Nobel de Física a ser contemplada desde que ele foi criado em 1901, e a primeira do ano a receber esta honra. Em uma conferência com a imprensa, Ghez encorajou outras mulheres. “Espero poder inspirar outras moças nesse campo. É um campo que oferece muitos prazeres, e se você é apaixonado pela ciência, há muito que pode ser feito. ”
Para a jovem Gabrielle Ribeiro, de 17 anos, a notícia do prêmio foi animadora. Estudante de Farmácia, Gabrielle não conseguiu seguir o sonho de trabalhar com o universo mas continua se interessando muito pelo assunto,” A ciência é realmente fascinante demais!”. Sobre Andrea, Gabrielle se diz feliz com o reconhecimento para grandes mulheres na ciência.
“Além se ser uma representatividade para todas as mulheres que exercem alguma função na área da astronomia, astrofísica, pesquisas e etc, é também uma porta escancarada de oportunidade e visibilidade para nós mulheres! É a prova de que gênero não define capacidade. Só sinto orgulho e admiração ao ver essa noticia.”
O valor de 10 milhões de coroas suecas também será repartido entre os vencedores (R$ 6,3 milhões), que lideram pesquisas e grupos de estudo em torno dos mistérios da física e do universo.
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Bárbara Souza – 6° período
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