Após uma série de medidas envolvendo a Prefeitura e o Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas, os cinemas do Rio voltaram a reabrir na última quinta-feira (1), após uma paralisação de seis meses. O primeiro fim de semana com as salas abertas teve sessões vazias.
Apesar de funcionar com apenas 50% da capacidade, nem todos sentem segurança para retornarem às poltronas das salas. A volta dos cinemas repercutiu diversos comentários nas redes sociais, desde os mais favoráveis até os que não concordaram com a reabertura.
Uma série de medidas de segurança foram realizadas para o retorno gradual do setor. Além da capacidade de funcionamento reduzida à 50%, o uso da máscara é obrigatório. O consumo de alimentos só pode ocorrer dentro das salas e há uma distância de 1,5 metro entre os espectadores.
O designer de ambientes planejados, Felipe Souza, conta que foi ao Barra Shopping para assistir o filme argentino “O Roubo do Século”. Ele disse que não sentiu receio e que as medidas de prevenção e cuidado, como distanciamento, foram feitas corretamente. O carioca de 34 anos também comenta a importância da reabertura do setor cinematográfico.
“Ficamos muitos meses sem acesso à cultura e é de grande importância o retorno dessa atividade. Já era tempo de liberarem alguns serviços e o audiovisual precisa se manter”, diz Felipe.
Quem pensa diferente é Edson Batista, de 20 anos. O estudante de nanotecnologia considera que a medida de reabrir os cinemas no meio da pandemia, com um número elevado de mortes, foi precipitada. O jovem também comenta que não acha razoável entrar em um ambiente fechado com outras pessoas e mesmo que haja o uso da máscara, não existe segurança total. Ele ainda diz que só pretende retornar ao cinema com comprovações científicas a respeito da prevenção.
“Só pretendo voltar quando tiver uma vacina ou quando a imunidade de rebanho (quando o número de pessoas imunes a uma infecção chega a um nível que freia sua disseminação) já estiver comprovada cientificamente”, afirma Edson.
Devido à pandemia, os principais estúdios de cinema adiaram seus filmes para o ano que vem. É o caso do blockbuster “Viúva Negra”, da Marvel Studios. O longa tinha previsão para 30 de abril e agora só deve entrar em cartaz em maio de 2021. Dessa forma, os cinemas brasileiros se juntaram para criar o Festival “De volta para o cinema”.
O movimento conta com mais de 200 profissionais de diferentes empresas entre estúdios, distribuidores, exibidores e fornecedores. A iniciativa tem como meta retomar a volta dos cinéfilos às sessões apresentando grandes filmes da história do cinema, como “Os Vingadores” e “Invocação do Mal”.
Enquanto poucas estreias estão acontecendo nesse momento, como “Scobby – O filme”, os sucessos da sétima arte vão continuar marcando presença nas telas. No Kinoplex Leblon, os vencedores do Oscar, “De volta Para o Futuro” e “E.T.: O Extraterrestre”, são os clássicos presentes na programação.
Entre tantas dúvidas e incertezas, os cinemas do Rio reabriram. O receio é grande e a preocupação ronda o escuro das sessões. Dentro das salas, espectadores só têm apenas um objetivo: mergulhar com toda imaginação possível num universo mágico, em que o coronavírus não possua poderes por lá.
João Henrique Reis – 4° período
Agência UVA 
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