Na manhã desta terça-feira (22), o Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro decretou estágio de atenção no estado por causa da chuva. Ruas foram alagadas, árvores caíram e tetos de unidades de saúde desabaram. Segundo o órgão, choveu no dia de hoje o que era esperado para o mês inteiro e a previsão é de chuva moderada a forte ao longo do dia.
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No ano de 2019, a Prefeitura do Rio usou apenas 30% das verbas para ações de prevenção a enchentes e a Previsão da Lei Orçamentária Anual para 2020 (PLOA) era de uma redução de R$208 milhões nos investimentos para prevenir os alagamentos.
Além das enchentes destruírem residências, arrastarem carros e derrubarem árvores que encontram pelo caminho, ainda há grande perigo de expor a população a várias doenças. É o que comenta a enfermeira e mestranda em microbiologia Rayssa Lima, de 24 anos: “As enchentes podem trazer riscos de contrair doenças infecciosas transmitidas pelo contato ou ingestão de água contaminada. Alguns exemplos são as doenças diarreicas causadas por bactérias, como Escherichia coli e Shigella. Além disso, há risco de hepatite, leptospirose e até mesmo tétano devido a ferimentos que podem ocorrer no meio desses alagamentos.”

Todo esse cenário caótico que se instaura no Rio de Janeiro devido a grandes proporções de chuvas também é responsabilidade dos cidadãos, que ainda insistem em descartar lixos em locais inapropriados, como nas ruas, valões, terrenos baldios ou qualquer área pública. Esse descarte inadequado contribui para o entupimento dos bueiros, fator que agrava as inundações e as enxurradas.
Quanto ao mais, as poças e acúmulos de água que ficam, após as enchentes, em latas, garrafas e pneus, por exemplo, também podem vir a ser locais de proliferação de mosquitos que transmitem dengue e outras doenças.

Algumas medidas devem ser tomadas pela população em caso de contato com água contaminada. A recomendação da Rayssa é que os cidadãos mantenham a vacinação em dia, pois previnem doenças. Além disso, procurem proteger o corpo com algum material que possa cobri-lo durante o contato com a água suja. “Higienizar bem superfícies e utensílios domésticos que tenham entrado em contato com a água, tentar manter os alimentos em locais elevados para evitar o acesso de roedores e que sejam também contaminados e, se forem, não consumir e descartar”, completa.
“Não dá para evitar as chuvas, mas dá para evitar os desastres”, é o que propõe a CPI das Enchentes liderada pelo Vereador Tarcísio Motta, do PSOL. A CPI fundada em 2019, propôs ao Ministério Público o indiciamento de cinco representantes da Prefeitura que cometeram falhas e mais de cem indicações de políticas públicas para prevenir desastres no Rio de Janeiro.
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Alessandra Borges- 8ª período
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