Após nove anos, os EUA voltam à cena da corrida espacial ao colocar no espaço seu mais novo empreendimento: a nave Crew Dragon, com os astronautas Bob Behnken e Douglas Hurley à bordo. O lançamento ocorreu no sábado (30/05) às 16h22 (hora de Brasília), do Kennedy Space Center, em Cabo Canaveral, na Flórida (EUA).
A viagem da Crew Dragon com destino à Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês), realizada em uma parceria da agência espacial americana (NASA) com a empresa SpaceX, foi impulsionada por um foguete Falcon 9, durou 19 horas e tudo ocorreu dentro do esperado.
Apesar do tempo ruim, o primeiro estágio do Falcon 9 retornou à superfície e pousou em segurança no navio-drone Off Course I Still Love You, da SpaceX, 9 minutos e 30 segundos depois do lançamento. No espaço, a Crew Dragon rumava para a atmosfera até entrar em órbita e realizar as manobras necessárias para acoplar-se à ISS, no domingo (31/05) às 11h16 (hora de Brasília).
O êxito total da missão será avaliado quando a Crew Dragon trouxer os astronautas de volta à Terra, ainda sem data. O prazo de permanência da tripulação na ISS pode variar de 30 a 120 dias.
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Os voos tripulados partindo dos EUA foram encerrados em 2011 com a última viagem do ônibus espacial Atlantis. Desde então, o envio de tripulações americanas à ISS tem sido feito do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, por intermédio da agência espacial russa Roscosmos, utilizando as naves Soyuz.

Na esteira da crise financeira de 2008, o governo Barack Obama cancelou o programa Shuttle (ônibus espaciais), considerado ultrapassado e muito caro. Criou-se, então, o Commercial Crew Program, que se caracteriza por transferir à iniciativa privada, por meio de parcerias, o desenvolvimento de foguetes e novas tecnologias para o setor. O desafio foi aceito por várias empresas, dentre elas a Space Exploration Technologies (SpaceX).
Novas perspectivas trazidas pela SpaceX
Fundada em 2002 pelo bilionário Elon Musk (da Tesla), a empresa foi criada para viabilizar viagens mais baratas ao espaço e ajudar o homem a sair da Terra. Para tornar isso possível, investiu na construção de foguetes orbitais reutilizáveis ao invés de descartá-los a cada lançamento. Foram anos de muito trabalho, testes e também muitas falhas até conseguir pousar o primeiro estágio de um foguete em 2015. Desde então a empresa já pousou 45 vezes o módulo de primeiro estágio de um Falcon 9, e reutilizou 31 propulsores.

Com a conclusão desta missão denominada Demo-2, a nave Crew Dragon obterá a certificação para realizar voos tripulados na órbita baixa da Terra e inicia um novo capítulo na história da conquista do espaço. A estratégia de terceirizar a operação do programa espacial avança na direção de recuperar o protagonismo americano e realizar o sonho de Elon Musk: efetuar viagens comerciais ao espaço.
O Astrofísico Vladimir Suárez, Ph. D., pesquisador do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), ouvido pela reportagem, avalia:
“A experiência de lançar uma missão tripulada novamente a partir do solo americano fornece poderosas motivações e perspectivas para futuros projetos como a viagem a Marte”, diz.
Confira a seguir o resumo da viagem no vídeo divulgado pela NASA.
(Vídeo: Reprodução NASA)
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Francisco V Santos – 7º período – Colaborador Agência UVA
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