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Especialista em engenharia comenta desabamento em Fortaleza

Queda do Edifício Andrea surpreendeu a capital cearense, na manhã da última terça (15). Bombeiros realizam buscas de desaparecidos nos escombros

O Corpo de Bombeiros de Fortaleza confirmou na última quinta-feira (17) à noite a sexta morte no desabamento de um prédio residencial na capital cearense – a construção ficava localizada no cruzamento da Rua Tibúrcio Cavalcante com Rua Tomás Acioli, no Bairro Dionísio Torres. Outras cinco pessoas foram resgatadas com vida e mais oito estão desaparecidas. Para entender o caso, a Agência UVA conversou com um especialista em engenharia.  

O doutor em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professor de engenharia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Carlos Reyna, analisa que, para qualquer obra, um projeto bem feito de arquitetura e de engenharia são fundamentais.

Edifício Andrea na manhã desta quarta-feira (16)
(Foto: Reprodução/Agência Brasil)

“Nesse projeto, têm que vir todos os cálculos necessários para comprovar se essa estrutura vai aguentar os sete andares, como era a desse prédio, para analisar vento, umidade, peso que esse prédio poderia suportar, o custo da obra, a qualidade dos materiais. Todas essas informações têm que vir detalhadas em um projeto de engenharia para construção”, comenta o engenheiro.

Edifício Andrea antes do desabamento (Foto: Reprodução/Google)

Carlos afirma também que ainda é difícil, com as poucas informações que se tem, concluir sobre o que motivou o acontecimento, mas salienta que: “toda construção sempre precisa de uma manutenção”. Ele não descarta a possibilidade de negligência por parte dos construtores ou dos administradores do edifício.

Segundo a Agência Brasil, os mortos na tragédia são: Rosane Marques de Menezes, de 56 anos; Frederick Santana dos Santos, 30 anos; Izaura Marques Menezes, de 81 anos; Antônio Gildásio Holanda Silveira, de 60 anos; Nayara Pinho Silveira, 31 anos; e Maria da Penha Bezerril Cavalcante, de 81 anos.

De acordo coma a Secretaria de Segurança de Fortaleza, os trabalhos de busca das vítimas continuam até que todas as vítimas sejam retiradas dos escombros.

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Edifício Andrea

O prédio era residencial e desabou na manhã da última terça-feira (15). Construído em 1995, o prédio tinha sete andares e 13 apartamentos (dois por andar e um na cobertura).   

Localização do edifício que desabou em Fortaleza (Foto: Google Earth®/Agência Brasil)

Segundo a Prefeitura de Fortaleza, não há registros oficiais do edifício, aparentando uma construção irregular. O engenheiro e professor Carlos Reyna diz que isso pode ser um indício de graves irregularidades.   

“Como a empresa só comunicou a obra um dia antes de acontecer a tragédia, a prefeitura não tinha condições de fazer essa vistorias. Um outro ponto importante é entender que como muitas prefeituras estão quebradas, ficam sem pessoal para acompanhar um número grande de obras que acontecem em uma cidade grande com Rio de Janeiro ou Fortaleza”, observa Carlos.

Sobreviventes

Em meio a essa tragédia, o caso de um sobrevivente chamou a atenção. O universitário que ficou soterrado durante o desabamento do Edifício Andrea, enviou uma fotografia e um áudio informando aos amigos em um grupo de WhatsApp que estava soterrado, mas que estava sem lesões graves, apenas arranhões.

Foto enviada por David Sampaio, debaixo dos escombros, em grupo de amigos no WhatsApp. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Segundo o Povo Online, veículo local de Fortaleza, David Sampaio é estudante de Arquitetura e afirmou, minutos antes do desabamento, no grupo de WhatsApp dos amigos, que a estrutura de concreto dos pilares estava sendo quebrada, sendo deixadas apenas as ferragens expostas.

O morador fotografou a situação das colunas momentos antes do prédio desabar (Foto: Reprodução/David Sampaio)

A situação chamou a atenção dos colegas, que o orientaram a conversar com o síndico. O prédio caiu momentos depois. Na mensagem, David ainda afirma que não estavam colocando apoios de ferro nas colunas e que estava ficando assustado com a situação.

Depois do desabamento, o universitário enviou um áudio aos colegas informando que estava vivo e havia sofrido arranhões. Ele também enviou uma selfie, fazendo sinal de positivo, para mostrar que estava bem.

Matheus Marques – 8° período

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