Ministério da Educação anuncia que mudança total só vai ocorrer em 2026, mas que, a partir de 2020, uma parcela dos inscritos já fará a prova em computadores
Na última quarta-feira (3) o Ministério da Educação comunicou uma modificação gradual na forma de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Segundo o governo, um dos objetivos da alteração é possibilitar que mais alunos consigam se inscrever, disponibilizando mais provas ao longo ano.
Pronunciamento oficial do Ministério da Educação sobre o ENEM digital (Vídeo: reprodução/Facebook)
Os primeiros a testarem o novo modelo serão 50 mil candidatos de 15 capitais, o que representa 1% do total de inscritos. Apesar de a prova ser feita no computador, ela vai continuar sendo presencial e o candidato precisará ir até o local designado.
Para o estudante Lucas Cabral, 19, que pretende cursar Educação Física, não faz tanta diferença se a prova é no papel ou no computador, já que as questões são múltipla escolha. Mas, com relação à redação, não parece ser tão vantajoso assim. “Eu acho que não daria certo por causa da redação. Quando eu escrevo à mão, eu exercito mais do que pelo computador”, conta.
O governo acredita nos benefícios do ENEM em formato digital. Será possível reduzir o custo na logística da prova e disponibilizá-la em mais regiões. Além disso, poderão ser utilizados vídeos, gráficos e animações na apresentação das questões, tornando-as mais interativas.
Por outro lado, a implantação do modelo apresenta alguns desafios. Será preciso, por exemplo, garantir que os computadores cheguem às regiões mais isoladas e que alunos sem acesso à informatização não sejam prejudicados.
A estudante Sara Fariña, 19, que decide sobre o vestibular para medicina ou biomedicina, acredita que o formato digital vai diminuir o custo da prova e, por isso, vai ajudar muitos alunos que não têm condições de pagar para se inscrever no exame. Habituada a utilizar o computador, Sarah garante que não teria dificuldades para realizar a prova toda no formato digital.
Vale lembrar que as mudanças começam a acontecer a partir de 2020 e que, portanto, as novas regras não impactam o exame de 2019, que será feito integralmente em papel.
Thatiana Cordeiro – 6º período
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