A criação da inteligência artificial e o recente crescimento de usuários do programa Chat GPT fez nascer uma nova discussão; será que o trabalho humano virá a ser totalmente dispensável algum dia?
Na palestra deste sábado (15), primeiro dia da Festivália, tivemos um debate entre Rafael Vincente, Kananda Eller e Polinho Mota sobre autenticidade na Era da Inteligência Artificial.
Pra começar Kanandra Eller, mais conhecida como Deusa Cientista contou um pouco sobre sua trajetória que começou em 2020, com a missão de mostrar a ciência nas coisas cotidianas. Atualmente, conta com uma equipe para apurar por meio de artigos os conteúdos de sua rede social.
Os palestrantes reforçaram que um criador de conteúdo iniciante não precisa fazer tudo sozinho. Reforçando isso, Raphael Vicente, conta como começou sua carreira no Vine e ao ser perguntado sobre seu processo criativo no início, arrancou risadas da plateia lotada ao dizer que era “Que nem o ChatGPT, pura cópia.”
Foi apenas em 2020 com o Tiktok que ele bombou nas redes sociais com a ajuda de sua família, que fez da criação de conteúdo uma forma de se distrair dos tempos de pandemia. Então, seu processo criativo se transformou em tentar inserir sua família nas séries, filmes, ou qualquer coisa que o traga inspiração. Segundo os palestrantes, o trabalho do criador não é solo e agir como se fosse desanima aqueles que estão começando.
Para falar sobre os algoritmos, tivemos a ilustre presença de Polinho Mota, pesquisador do DataLabe, um laboratório de dados e narrativas na favela da Maré. Mota ressaltou a importância da democratização do conhecimento através da geração, análise e distribuição de dados, é necessário que esses conhecimentos cheguem à população brasileira para que possam cobrar, fiscalizar e construir uma nova política.
“Existe e sempre existiu no mundo e principalmente no Brasil para que pessoas negras e pobres não pudessem acessar o conhecimento”
Paolinho Mota
Quando questionados sobre a forma que as redes sociais vem limitando o alcance de pessoas pretas, os palestrantes contaram casos pessoais e ressaltaram como algumas pessoas têm tentado medir suas relevâncias através de números. Não é sobre seguidores, e sim sobre a importância de seus trabalhos. Deusa da ciência citou um caso emocionante de um aluno de química que, através do seu conteúdo, se sentiu confortável para deixar o black crescer sendo o único aluno negro da sala.
Segundo Polinho, o problema em si não está na tecnologia, nem na inteligência artificial, está na sociedade, pois na ausência desses avanços, ainda sim existiria uma estrutura para invisibilizar pessoas racializadas, e ressaltou a importância da analise de dados como forma de combater essas barreiras.
Por fim, o palestrante deixou uma mensagem que tranquilizou a todos os criadores de conteúdos que se sentem ameaçados com o uso de Inteligência artificial:
O Chat GPT e as tecnologias de inteligência artificial não conseguem inventar e jamais vão conseguir. Enquanto mantermos nossa criatividade e originalidade estaremos com nossos empregos garantidos”
Foto de capa: Agência UVA/Hunter
Reportagem de Hunter, com edição de texto de
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