Política

Lula viaja à China para se encontrar com Xi Jinping

A viagem foi remarcada após Lula melhorar de um quadro de broncopneumonia

Desde antes de ser eleito, Lula (PT) já sinalizava que pretendia visitar diversos países logo nos primeiros meses de seu mandato, o objetivo era retomar as relações exteriores que foram prejudicadas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). A viagem à China é uma das mais importantes do ano para o chefe do executivo brasileiro, uma vez que será o seu primeiro encontro, durante seu terceiro mandato, com o presidente Chinês, Xi Jinping, líder do principal parceiro comercial do Brasil.  

A viagem, que estava marcada originalmente para acontecer entre os dias 25 e 29 de março, teve que ser adiada após Lula ser diagnosticado com broncopneumonia. No dia 23 de março, o presidente foi até um hospital porque estava com sintomas de gripe, mas dois dias depois, após passar por novas avaliações médicas, foi diagnosticado com broncopneumonia bacteriana e viral, causada pelo vírus influenza A. Depois do diagnóstico o tratamento foi iniciado imediatamente.  

A decisão de adiar a viagem aconteceu no dia 25, atendendo a recomendações médicas. Segundo os especialistas, por se tratar de uma doença viral e transmissível, o encontro não deveria ocorrer naquela semana, pois o longo tempo de viagem no avião poderia agravar ainda mais o quadro do presidente.  O tratamento durou cerca de 7 dias e com a melhora de Lula, uma nova data para a viagem foi acordada com o governo chinês. 

Lula embarca na segunda semana de abril para a China. Suas principais missões no país são a retomada da boa relação com as autoridades chinesas após Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, ter feito diversas acusações contra eles, principalmente durante o início da pandemia de COVID-19. Além disso, as demandas econômicas devem pautar a maior parte da viagem.

Dentre os principais assuntos a serem abordados, estão a ampliação e a diversificação da exportação de produtos brasileiros para a China, além de outras questões que envolvam as relações comerciais dos países, a mudança na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics e a guerra na Ucrânia. Quanto ao último tópico, este vem sendo abordado com frequência pelo presidente brasileiro. Em sua visita a Casa Branca, nos Estados Unidos, Lula propôs a criação de um grupo de países para negociar o fim da guerra da Ucrânia, o qual contaria com a presença dos Estados Unidos e, também, da China.

Ao lado de Lula na viagem, estará o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A previsão era de que com o adiamento da viagem, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) integrasse a comitiva, mas por conta de compromissos inadiáveis, Lira não irá. Além de Pacheco, alguns ministros, empresários, governadores, senadores e deputados também farão parte da viagem.

 

À esquerda Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e à direita Arthur Lira (PP-AL) presidentes do Congresso Nacional, representantes do poder legislativo.
(Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal)

“A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais origens de investimentos em território brasileiro. Em 2022, a corrente de comércio atingiu recorde de US$ 150,5 bilhões. Brasil e China estabeleceram Parceria Estratégica em 1993, elevada à Parceria Estratégica Global em 2012. Os países comemorarão 50 anos do estabelecimento de relações diplomáticas em 2024” diz em nota o Ministério das Relações Exteriores

Ainda no início do mês de fevereiro, Lula fez sua primeira visita aos Estados Unidos após ingressar em seu terceiro mandato. O país não tem mantido uma boa relação com a China nos últimos tempos e o posicionamento das duas nações chegou a ser comparado ao momento da guerra fria. Com a visita do petista à China, muito se especulou sobre como ficaria a relação com os Estados Unidos e se o presidente deveria adotar uma posição mais clara entre as potências. No entanto, segundo especialistas, a postura de neutralidade que Lula vem adotando é a melhor para o Brasil, ainda que seja possível que algum dos países tente obter alguma influência maior sobre o posicionamento do chefe de governo brasileiro. 

Agenda de Lula 

Além da ida à China, Lula terá uma grande agenda de viagens ainda este ano. O presidente foi convidado para participar da cúpula do G7, que acontecerá no Japão, durante o mês de maio. Já em julho, ele deve participar da Cúpula de Comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que acontece em São Tomé e Príncipe, um dos países da África Central, e deve retornar à Argentina para a Cúpula do Mercosul. 

Durante o mês de agosto, o presidente deve visitar a África do Sul em virtude da Cúpula do Brics. E, em setembro, Lula deve comparecer à Nova Délhi para o encontro do G20 e à Nova York para fazer o discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. Além dessas viagens, outros compromissos internacionais devem ser adicionados à agenda do presidente durante os próximos meses.

Foto de Capa: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Reportagem Gabriel Ribeiro, com edição de texto de Anne Rocha

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2 comentários em “Lula viaja à China para se encontrar com Xi Jinping

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