O “Fim de Jogo”, blog destinado à cobertura esportiva, completou 18 anos em fevereiro. Para comemorar a data e relembrar momentos marcantes, a Agência UVA, que é parceira do blog, conversou com Cristina Dissat, jornalista, editora e criadora do veículo. Na conversa, ela também deu dicas para futuros jornalistas que desejem ingressar no jornalismo independente.
Cris, como é conhecida, é uma apaixonada por esportes e pelo jornalismo. Ela encontrou, em 2004, uma forma de unir estes dois amores e ofertar informação relevante para torcedores e fãs do esporte no Rio de Janeiro.
Desde então, não para: seu perfil no Twitter é espaço de confiança para mais de 33 mil seguidores, que recebem informações em primeira mão sobre os arredores dos estádios, além de notícias quentinhas da tribuna da imprensa, local destinado aos jornalistas durante as partidas.
Agência UVA: Qual foi o maior desafio desses 18 anos de “Fim de Jogo”?
Cristina Dissat: O maior desafio foi fazer uma construção da imagem do “Fim de Jogo” sem contar com apoio financeiro direto e mudando, constantemente, o conceito das coberturas. Quando começamos não tínhamos muitas imagens de bastidores, não se usava redes sociais para cobertura. Um dos grandes desafios foi não enfraquecer o projeto diante de uma série de críticas e desconfianças. Aos poucos, fomos conquistando credibilidade.

AUVA: Para quem deseja ser jornalista, como é trabalhar numa mídia independente, em termos de oportunidade e projeção profissional?
CD: Hoje em dia, o grande canal é a mídia independente. Não descartando nenhuma outra, mas há uma grande lacuna a ser preenchida. Porém, quando você é independente a responsabilidade de construir sua credibilidade é completamente sua. Mas não há melhor espaço para testar, praticar e experimentar. Além de ser um grande mercado de trabalho.
AUVA: Você conseguiu, por meio do seu próprio projeto, cobrir eventos como uma Copa do Mundo (2014, no Brasil). Qual dica você dá para novos e futuros jornalistas que sonham em um dia trabalhar em eventos dessa importância?
CD: Na verdade, as coberturas são muito diferentes entre si. No caso da Copa do Mundo, não conseguimos o credenciamento da FIFA para estar no estádio, porém, fomos convidados pela Coca-Cola para integrarmos um grupo de dez influenciadores. A partir disso, acompanhamos diversos eventos da Copa. Fomos o único blog que entrou no avião da Coca para acompanhar a taça em outros estados e também ganhamos ingressos para alguns jogos. Participar desta cobertura, como influenciador, nos abriu caminho para a Copa América (2015).
AUVA: Como foi esta cobertura, conte um pouco para a gente?
CD: Então, pela primeira vez na história, uma competição esportiva de grande porte estava credenciando jornalistas de blogs. Sabemos que a gente teve um papel importante nessa decisão da Conmenbol, para conseguir o credenciamento sendo um veículo independente. O segredo é fazer um trabalho de construção de imagem com o próprio crescimento jornalístico. Ser ético, correto, estar presente nos principais eventos, e, ao mesmo tempo, por em prática tudo que se aprende na faculdade em um local com total liberdade pra praticar.
AUVA: Que momento você listaria como mais importante nestes 18 anos do “Fim de Jogo”? Poderia listar apenas um?
CD: Um momento marcante que pode traduzir o que foi a evolução da gente, aconteceu durante a Copa do Mundo. Os alunos de uma escola de Bonsucesso, um CIEP, escreveram cartinhas para os jogadores brasileiros, e eu entreguei essas cartas para o assessor de imprensa da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e ele passou aos jogadores. Mais tarde, no “Jornal Nacional”, abriram o envelope com as cartinhas e disseram que os jogadores tinham recebido as mesmas. As crianças que estavam vendo o jornal reconheceram suas cartinhas e fizeram uma grande festa. Depois, nós retornamos à essa escola e fomos recebidos aos gritos de: “É Fim de Jogo! É Fim de Jogo!” O que deixou toda a equipe emocionada.
AUVA: Você tem uma parceria com o curso de Jornalismo da UVA, em que ajuda a formar futuros jornalistas. Qual a importância desse projeto para o “Fim de Jogo”?
CD: Por meio do projeto e da parceria, a gente consegue formar profissionais com uma visão ética, correta, de futuro. E estar ao lado dos estudantes para mim é especial, além contar com a colaboração deles para esse projeto ter uma sobrevida e continuar existindo por mais tempo.
Em comemoração aos 18 anos, Cristina e a equipe do “Fim de Jogo” produziram uma série de pequenos podcasts, contando um pouco dos bastidores do projeto. Confira abaixo.
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Gabriel Figueiredo (3° período), com revisão de Leonardo Minardi (7° período) e supervisão de Daniela Oliveira (professora responsável).
Pq choras Caco Barcelos????
Um gênio, lindo texto, Machado de Assis chora com tanto talento
Como é bom viver no mesmo ano em que existe Gabriel Figueiredo
cristina, sou sua fã!
o brabo tem nome. o maior.
Acompanho a Cristina faz tempo e não sabia desses bastidores da Copa de 2014. Trabalho sensacional de apuração. Parabéns.
Ótimo texto. Muito conciso, claro e informativo na medida correta. Parabéns, Gabriel, e parabéns Cristina por esse trabalho de ótima qualidade na mídia independente.
Belo texto. Muito bem escrito.
Parabéns!
Excelente matéria e parabéns pela iniciativa. Muito legal acompanhar a evolução da agência.
Matéria bem explicativa.
Os envolvidos estão de parabéns.
Excelente texto. Muito legal poder saber um pouco mais do trabalho da Cris. Essa história das cartas é o que nos motiva a fazer jornalismo!
Muito boa matéria, parabéns Gabriel.
Parabéns Cris pelo projeto que da oportunidade aos futuros jornalistas .
Matéria interessante e muito bem apresentada.
Bom saber da parceria com o curso de jornalismo da UVA e do incentivo a mídia independente.
Excelente texto!