As redes sociais tornaram-se parte do cotidiano das pessoas na modernidade. Instagram, WhatsApp, Facebook, TikTok, dentre outros aplicativos são utilizados para postar fotos, vídeos e enviar mensagens, o que tornam dinâmicas e instantâneas as relações sociais. No entanto, o uso desmedido dessas ferramentas têm sido motivo de preocupação de especialistas de diferentes áreas, inclusive da psicologia.
De acordo com uma pesquisa da King’s College de Londres, universidade inglesa, um a cada quatro jovens estão viciados em seus smartphones. Os participantes da pesquisa relatam se sentir angustiados com a falta de acesso ao celular e também a incapacidade de controlar o tempo que passam de frente para as telas. Por outro lado, uma parcela de indivíduos tem buscado se afastar dos aparelhos celulares e das redes sociais como forma de preservar a saúde mental.

Para a psicóloga, especialista em atendimento clínico, Aline Sabino, é preciso acabar com a visão polarizada de que as redes sociais e os aparelhos de smartphone e são totalmente bons ou ruins. Para a psicóloga, as redes sociais representam a possibilidade de se conectar e conhecer novas pessoas, falar sobre emoções e sentimentos, compartilhar vivências e conhecimentos. E reconhece que existem pontos negativos como o alto índice de perfis fakes, desinteresse das pessoas com o contato físico, o vício.
“Essa questão de saúde mental, sempre existiu, porém com as novas tecnologias, vemos como os problemas são os mesmos, mas o que mudou foram os cenários. As próprias redes foram mudando e o que vemos no Instagram são recortes da vida das pessoas, com muitas edições, filtro e às vezes mentiras para manipular o olhar do outro.” afirma Aline Sabino.
A especialista afirma que o vício em tecnologia é real e indica terapia para que as pessoas entendam a sua relação com as redes sociais e as tecnologias para ponderar o uso. E complementa que não é preciso radicalizar e deletar tudo, basta usar de maneira saudável e consciente essas ferramentas, analisando qual o tipo de conteúdo está sendo consumido, se agrega valor na sua vida ou apenas gera sentimentos ruins e comparação.
Contrastando com esse contexto de dependência tecnológica, existe uma parcela da população que têm adotado o “minimalismo digital”. Esse estilo de vida consiste em ter o mínimo de aplicativos e redes sociais possíveis, além de viver desapegado dos aparelhos tecnológicos. Ao ser questionada sobre esse modo de viver, a psicóloga diz que acredita no minimalismo em todas as áreas da vida, incluindo no mundo digital. Além disso, exemplifica o assunto com sua experiência pessoal.
“Eu sou adepta do minimalismo na vida, e estou aplicando isso nas minhas redes sociais. Pois estou numa fase que estou vivendo focada no trabalho, estudos e aproveitar a vida, e tenho andado com preguiça de ter que registrar tudo, às vezes é legal algumas coisas ficarem só na lembrança mesmo.” Relata a profissional de saúde.
Diante disso, é perceptível a necessidade de agir com equilíbrio em todos os aspectos, incluindo em nossa relação com a tecnologia. Por se tratar de um fenômeno novo e dos especialistas não terem conhecimento dos impactos a longo prazo das redes sociais na saúde mental dos indivíduos, o ideal é o uso ponderado desses recursos.
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Ana Carolina Amaral – 1° período
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